terça-feira, 27 de abril de 2010

Sem palavras.

Mariana,

Você diz “Deixa a Maiana, papai” quando ele te enche de beijos. Também diz “Deixa a menina”, se referindo a você mesma, tal e qual falamos para os cachorros Zeca e com o Squash, quando eles não te deixam em paz. E me chama de Mamãe Patisha ou Mamãezinha Pat. Chama o seu pai de Papaizinho Tabio. Sabe o nome de todos os seus avós, tios e primas.
Ontem, quando estávamos na loja comprando um presente para a Maria, fiel escudeira da vovó Marisa, você olhou a prateleira cheia de ursos de pelúcia e disse “– Óia quanto usso, mamãe!” E depois brincou com as bonecas da loja, apertando a barriguinha de cada uma delas e repetindo aquelas frases de bonecas, “Quero papar”, “Quero passear” e morria de rir da brincadeira. Depois dançou com a musiquinha de outra boneca e foi embora, não sem alguma resistência, mas sem imaginar que ali era uma loja, e que aqueles tantos brinquedos poderiam ser levados para casa, se mamãe sacasse da bolsa seu suado dinheirinho. Santa inocência, que não sei por quanto tempo perdurará.
E voltando aos falatórios, você ontem também disse para o seu vovô Mario “ – Canta ota música vovozinho!”, depois dele repetir à exaustão o Nana Nenê.
E teve outro dia, que me ouviu dizendo para seu pai que estava com dor de cabeça e me perguntou: “- Bateu cabeça, mamãe?”
E tem ainda as palavrinhas que ainda saem erradas, e que são ainda mais deliciosas de ouvir. Macarrão é cacaão, lagartixa é cacatixa e caminhão é piquinhão. E ao invés de dizer pegou você diz pigou, e soa ainda mais lindo, dito assim, meio erradinho.
Você também reconhece os animais e imita alguns de seus sons, conhece as cores primárias e algumas frutas. Ainda adora aviões e aponta a lua admirada dizendo, “óia a lua, mamãe”. E se a noite não tem lua, você, desapontada, pergunta: “Cadê a lua, mamãe? Tá condida?”
E outro dia, no carro, você, respondendo à declaração de amor de seu papai, respondeu para ele “Te amo”. Ele, claro, chorou. Ontem à noite foi minha vez. Disse para você “te amo, filha” e você respondeu sorridente “Te amo”. Te abracei forte e ficamos assim, deitadas as duas, na cama, quietinhas, esperando o sono chegar. Porque o sonho, esse filha, já chegou faz tempo.

domingo, 25 de abril de 2010

Não basta ser pai.


Estava conversando hoje sobre a participação dos pais nos cuidados com os filhos. Vou falar em participação, porque outro dia utilizei a palavra “ajuda” e fui repreendida. Com razão, pai não “ajuda”, pai participa. Porque “ajuda” é coisa de vizinho, da amiga, da tia. Pai é 50% do DNA, a menos que o filho seja do vizinho, mas mesmo assim, pai é quem cria, não é amigo? Participação, portanto.
E eis que tenho visto de tudo por aí. E tenho visto muito pai que acha que basta estar lá na hora de fabricar o bebê, tirar foto na maternidade e daí em diante só se orgulhar do título que ganhou. O resto, ah, o resto a mãe faz. Não é o meu caso, Fabio é um pai muito participativo, do tipo que acompanha no pediatra, leva na natação, dá banho, troca fralda, faz papinha e, principalmente, se emociona com o desenvolvimento da Mariana. Um pai que, tenho absoluta certeza, será uma grande referência para a minha filha.
Mas voltemos aos pais que ando vendo por aí. Pai que não troca fralda, pai que não faz papinha, pai que não dá banho, pai que não dá atenção, pai que não tem tempo, pai que troca o filho pelo futebol com os amigos, enquanto a mãe se divide entre zilhões de funções. É justo, papai? Pensa bem, é justo?
Eu acho que não.
E mesmo se fosse justo, se você soubesse de algum motivo que te autorizasse a pensar que a criação do filho não é problema seu, já pensou no que está perdendo?
A mãe que se envolve com seu filho, conhece como ninguém aquele pequeno ser que gerou. Troca fraldas, dá banhos, limpa, beija, cheira e, com esse contato tão íntimo, tão visceral, se aproxima de sua cria. Ser mãe é tão maravilhoso porque permite essa proximidade, essa intensidade, essa troca que só quem tem um filho ao alcance da mão talvez possa entender.
E você, papai, pode ter tudo isso também. Ao cuidar de seu filho, ao conhecer os diversos choros, os diversos cheiros, as preferências alimentares, você se aproxima daquele que tem o seu sangue e os seus genes. E não estou me referindo só às tarefas cotidianas. Como já falei, o principal é participar como pai, se interessar pelo filho, ouvir as primeiras palavras, estimular os primeiros passos, ser o braço aberto na hora do medo e um porto seguro para a vida toda. Ter um filho é um presente. Não tem preço. E muitos pais parecem estar desperdiçando essa experiência única, utilizando como desculpa a falta de tempo, o stress, o cansaço, a vida corrida e essas desculpinhas que todo mundo já está careca de saber. Na correria do dia a dia, parece que para muitos não sobra tempo para ser um pai de verdade.
Mas ainda há tempo de mudar.
Pensa comigo. O futebol das quartas-feiras, a cerveja com os amigos, as manhãs de domingo até tarde na cama, o trabalho, o carro, a academia, tudo isso pode existir para sempre. Mas seu filho não vai ser criança para sempre. Vai crescer. Vai virar adolescente. Vai sair de casa. Vai constituir família. E vai se lembrar do pai que teve.
Ser uma boa lembrança para o seu filho depende apenas de você.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Campanha Ficha Limpa





Um mundo melhor para o seu pequenino? Quem não quer?


Roberta, a mãe leoa nº 1 da blogosfera já deu o primeiro passo. Vai e dá uma lida, porque ela já falou TUDO.


E jamais duvide da força de um movimento apoiado por mães. Quem consegue dar conta de casa, filho, marido, carreira, acordar no meio da noite, dar banho, trocar fralda e ainda estar pronta pro batente no dia seguinte PODE TUDO NESSA VIDA!


segunda-feira, 19 de abril de 2010

Cortando o cabelo.

Parece que nasceu fazendo isso...
Nem ligando para o corte.

Comportamento nota 10.


Ai que tédio....

Pode cortar, moça, sou um anjinho!

Resultado final do extreme makeover.


Mariana,

Esse foi o seu primeiro corte de cabelo. O oficial. Porque antes desse aparamos sua franjinha na minha cabeleireira, mas você estava dormindo e nem viu. Então, para efeitos de “primeira vez” vamos computar esse daqui, que foi em salão cheio de trique trique e até diploma de primeiro corte, com direito a mechinha de cabelo de prova do grande dia. Seu primeiro diploma, e já fajutado; primeira vez “pero no mucho”. E te digo que talvez essa primeira mechinha de cabelo tenha sido o motivo desse blog. Explico.
Iniciei o blog quando você já tinha dez meses e pouco. Tanta coisa já tinha se passado e eu nem anotei. Você sentou, engatinhou, comeu frutinhas, comeu papinha, fez sua primeira viagem de férias e, eu contando apenas com a memória que, claro, tende a falhar. Contava ainda com as fotos, que acabaram quase todas se perdendo quando o computador quebrou.
Aí, lá pelos dez meses pensei em comprar aqueles livros onde a gente vai escrevendo a vida do bebê, o dia que sentou, o dia que falou e cola uma mechinha de cabelo. Bom, aos dez meses eu já não lembrava mais o dia que você sentou, nem o dia da papinha e achei que já era tarde para comprá-lo. Seu pai sugeriu preencher com datas aproximadas. Mas aí já seria muita fajutagem. Eis que surgiu a ideia do blog e, com ele, esse monte de posts sobre o que penso e o que gostaria que você soubesse da sua infância, um dia daqui muitos anos.
Voltando ao cabelo, você se portou como lady. Ficou quietinha, como comprovam as fotos. Terminou toda penteada, como também comprovam as fotos. Talvez filha, um dia lá na frente, você ache isso tudo uma grande papagaiada. Mas dê um desconto, mãe de primeira viagem adora um evento.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Diga com quem andas.


Provavelmente por influência da amiga galinácea - assunto do último post - Mariana vidrou no milho. Quer todo dia. As fotos falam por si. E com essa educação toda, vai direto pra Sorbonne.
Um ótimo final de semana!

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Mariana, a galinha e os devaneios da mamãe.




Mariana segurando uma galinha na mão. Claro que estava com o pai. A mãe, medrosa-cautelosa-ai-cuidado-vai-machucar jamais permitiria esse momento Globo Rural. E é assim que estamos administrando a educação da Mariana. Na base do quem tem talento-coragem-dom para a coisa, se responsabiliza. Se dependesse de mim, o mais perto que Mariana chegaria da galinha, seria vendo o DVD do Cocoricó. Também jamais mergulharia na piscina. Nem gosto de olhar quando a dupla, junta, canta a musiquinha que aprendeu na natação e que termina com a garota afundada dentro d’água. Eu, temerosa dos perigos do mundo (leia-se: tudo o que a rodeia), nem gosto de olhar o mergulho. Também não fosse pelo pai, Mariana jamais seria arremessada para o alto e, se um dia resolver integrar alguma troupe circense, não será por minha influência.
Ao meu lado, a vida é mais pacata. Mostro a grama, arrisco mostrar a formiguinha. Ensino musiquinhas, cores, mostro cheiros. Outro dia inventei de mostrar para ela uma lagartixa, bicho que me arrepia até o último fio de cabelo. A lagartixa se mexeu, vindo em nossa direção, e eu dei o maior grito, assustando a pequena. Depois disso, evito as lagartixas, porque não quero que ela tenha medos aprendidos. Que tenha os medos próprios, mas que não seja eu a influência medrosa.
Por outro lado, sou forte nas vacinas. Não tenho dó, levo achando que estou fazendo um bem e prefiro que o pai não vá, para que a cara de pena não contamine a menina. Outro dia, na vacina da H1N1 fomos as duas. Mariana repetindo o mantra que eu ensinei: - Não dói, não dói. Tomou a vacina e doeu. Chorou sentida. Mas eu não tive dó. Chegou minha vez, ela ficou me olhando e esperando o momento da picada. E aí ela chorou por mim. Teve dó de mim, tadinha. Mas, minutos depois saímos as duas do posto como duas valentonas, e Mariana passou o dia a vacinar suas bonecas e a dizer: - Não dói, só um poquinho, já passou...
E a distribuição de tarefas não para conosco. Dividimos com a família toda.
Por exemplo, quando eu pensava que teria um menino, me preocupei com a parte esportiva. Fabio e eu somos zero à esquerda no quesito esportes. E aí já pensei, coitado do menino, não vai saber jogar bola, não vai gostar de futebol, vai ser o último a ser escolhido no time do colégio. Aí, já prevendo o que estava por vir, escalamos os tios Beto e Matheus, meus irmãos, para colocarem o garoto no mundo dos esportes. Aceitaram o encargo e se comprometeram até mesmo a levá-lo ao estádio, desde que crescesse sãopaulino. Comissão pelos serviços contratados. Mariana nasceu menina e desobrigou os tios da missão. Mesmo assim, se for gostar de futebol, vai ser por influência deles, e não nossa.
E assim vamos criando a pequena, cada um ensinando o que sabe de melhor e, sempre, convocando a família para participar!
Até agora, parece ter dado certo.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

A bailarina e o sapo



Beijar sapo é coisa do passado.
A onda agora é olhou, chacoalhou, não virou príncipe, dançou!
Um ótimo final de semana para todos!
Modelito bailarina by www.minhamaequedisse.com.br

quinta-feira, 8 de abril de 2010

A cadeira do vô.



Filha, essa é a cadeira do seu bisavô Antonio, avô de seu pai. Você não o conheceu pessoalmente, mas tem traços dele. Tem uma covinha perto do olho quando sorri, igualzinha a que ele tinha. Impressionante a gente reconhecer os traços de tanta gente em uma só menina. Os seus traços, em especial, são todos da família do seu pai. Você é a cara do papai. Também tem muitos traços da vovó Marlene. Eu, contrariando os demais, te acho até mais parecida com ela do que com ele. E quando você vai na natação, e coloca aquela touca na cabeça, te acho a cara da avó Ana, vovó do papai. Coisas que a gente não sabe nem explicar direito. Um olhar, um jeito de sorrir e está lá o avô, o tio, o primo. E, confesso, procuro meus traços em você mas não os encontro. Somos bem diferentes fisicamente; vamos ver o jeito como vai ficar já que até agora, pequenininha, você também não tem o meu jeito. Até nisso saiu ao seu pai, simpática, desinibida, puxa conversa com todo mundo, totalmente diferente dessa sua mãe meio sem paciência para socializações em geral. Sorte a sua filha, herdou bons genes, e essa grande qualidade que seu pai tem.

Mas voltando à cadeira.

Essa cadeira, como eu disse, foi do seu bisavô. Lembro dele sentado nela, querendo manter aquele ar austero que as outras gerações julgavam importante no trato com os mais novos. E seu pai, sempre brincalhão, fazia com que ele perdesse a compostura e acabasse rindo das palhaçadas dos netos. Seu bisavô se foi. Ficou a cadeira, que seu pai pediu para trazer para a nossa casa. Claro que não precisamos de objetos para lembrarmos dos que não estão mais aqui. Mas a cadeira está lá, homenageando o querido avô do papai. A chamamos de 'cadeira do vô' até hoje.

E nesse dia da foto você descobriu a cadeira, que até então tinha passado despercebida. Pediu para sentar. E quando eu te balancei, filha, foi a glória. Como assim tínhamos um balanço tão incrível dentro da nossa própria casa? E aí te balancei mais, você rindo, feliz da vida com o novo brinquedo. Chamei seu pai, que se emocionou. E aí te ensinei a se balançar sozinha. Pra frente e prá trás. E você, rápida no aprendizado, adorou a brincadeira e repetia: pa fenti, pa tás...linda, linda, linda. E pensei como você ainda é pequena, e como tenho que te ensinar tudo, essas coisas pequenas, desde um simples balancinho até coisas grandiosas que tenho até medo de pensar. Essa responsabilidade de ser mãe às vezes é assustadora filha. Mas é igualmente recompensadora.

Nesse dia, em algum lugar lá do céu, seu bisavô deve ter sorrido.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Vacina H1N1

Estamos vacinados. Eu, Fabio e Mariana. Debates à parte, entre pecar por ação ou omissão, opto pela ação. Ano passado uma funcionária do escritório onde trabalho teve a gripe. Justamente a pessoa que fazia e servia nosso café. Lavava nossos copos e trazia nossa água. Bastante risco de transmissão. Não gosto nem de lembrar do pânico de ter contraído a gripe e, pior, muito pior, poder transmiti-la à Mariana, que tinha apenas 11 meses. Tive que ficar isolada dela por alguns dias e usar máscara alguns outros, até que o risco de contágio estivesse descartado. Não gosto nem de lembrar daqueles dias de preocupação. Agora existe a vacina. Se os malefícios da vacina são incertos, certos, bem certos, são os malefícios da gripe. Entre o certo e o duvidoso, não preciso nem dizer por qual optei.
Até agora, todos sem efeitos colaterais.

Atualização: não tivemos nenhuma reação. Senti uma certa moleza no dia que tomamos a vacina, mas pode ter sido só sono mesmo. E o braço doeu um pouco no dia seguinte. Nada mais. Mariana não teve nada. Nada mesmo. Nem se queixou, nem ficou chatinha, nem nada.