quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Dance like nobody's watching



Meu desejo é para você. É, você mesmo, você aí, parado do outro lado da tela, você que por um motivo ou por outro, laço de sangue, amizade ou por pura curiosidade, vem aqui e perde um minuto de seu tempo lendo os meus devaneios, você com quem eu compartilho minhas emoções mais legítimas, você que acha graça nas bobagens cotidianas que conto, você que às vezes chora com um post, você que gentilmente comenta os meus textos, você, que em 2011 ganhou um filho, ganhou um amor, ganhou uma nova chance, um aumento, uma viagem e para você que nesse mesmo ano perdeu alguém ou algo que gostava, você que esteve doente, ou teve problemas financeiros. Meu desejo é para você, que assim como eu, viveu esse ano intensa e apaixonadamente. Você que chorou, você que sorriu. Você que VIVEU. Meu desejo é para você sim.
Para você eu desejo, de todo meu coração, um ano inteiramente novo, assim mesmo, livre, leve e solto.
Em 2012, dance como se ninguém estivesse olhando.
Porque o resto, meu amigo, o resto, vem de brinde!

You've gotta dance like there's nobody watching.
Love like you'll never be hurt.
Sing like there's nobody listening.
And live like it's heaven on earth.


Feliz Ano Novo!!!!!

Pai nota dez






Estou trabalhando essa semana. Mariana e o pai estão de férias. E tenho o dever de registrar que o pai está dando de dez a zero na mãe. Já encheram a piscininha de água no quintal e se esbaldaram tarde afora; já foram ao shopping trocar presentes e dar uma passeadinha; já foram a Campinas visitar a família; ontem foram ao Simba Safari (acho que nem é mais esse nome, é?) com a prima Duda e o pai ainda fez churrasco à noite; os almoços e jantares da pequena são ‘gourmet’ e não o trivial básico que eu sei fazer, a menina está sempre arrumada, limpa e cheirosa e hoje, pelo que consta da programação, irão ao cabeleireiro dar um jeito na franja. Se é comigo, a piscina estava vetada para evitar resfriado, o shopping ficaria pra outro dia porque ia estar cheio, Campinas é longe, ai que preguiça, Simba Safari nem pensar, tenho que arrumar a casa, espera um pouco, tem que almoçar, toma aqui essa sopinha sem sal, esse macarrão basicão, tira o dedo do nariz, olha, cuidado, não suja, não quebra, tem que tomar banho, tem que tomar cuidado, tem que, tem que, tem que.
Tem é que aprender com o pai.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Bittersweet

De todas as impressões do Natal, a que mais me marcou foi o rosto iluminado da Mariana ao abrir o pacote com a fantasia de Branca de Neve, o presente mais esperado. A alegria, o entusiasmo, a inocência, tudo junto naquela expressão tão legítima,tão feliz, tão verdadeira. Ela abriu o pacote dando gritinhos, quase chorando, ‘ai mamãe, o Papai Noel me trouxe a fantasia!!” e pulava, e gritava, e mostrava pra todo mundo. Lindo.
Lindo e impossível não pensar em quanto desse entusiasmo a gente vai perdendo vida afora. Quanto da inocência a gente vai deixando pela estrada. E vai endurecendo, e se plastificando, e evitando chorar, ou rir demais, ou sair pulando por aí. Porquecom o passar dos anos, não fica bem ser tão verdadeiro, é esquisito se entusiasmar tanto. A vida vai passando e a gente vai ficando blasé, indiferente. Um pouco porque já passou por um bocado de coisas tristes por aí e outro pouco porque se acha adulto demais, velho demais, tarde demais para tanta coisa. Então quando você vê essa alegria legítima no rosto de uma criança é impossível não se emocionar, e ver como é bonito ser assim tão verdadeiro, tão entusiasmado com a vida. Mariana comemorou a fantasia com uma alegria tão bonita que quando vi eu estava chorando. Olhei ao redor, Fabio também chorava emocionado. Choramos por estarmos lá, reunidos, choramos pelas alegrias e pelas tristezas, choramos pela vida, tão bonita, tão surpreendente. Choramos nós, Mariana ria, feliz. E nessa época em que as emoções ficam tão estranhas, tão diversificadas, fica aqui esse pequeno registro da data. Meio doce, meio amargo.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Natal chegando

Mariana,

No seu terceiro Natal fora da barriga você já compreende bem a sistemática. Não quis visitar o Papai Noel. Lá no Shopping, só espiou o velhote dentro da casinha, mas não quis bater um papo. Na sua escola houve uma segunda visita, você disse que entregou a carta e ele já está sabendo que você quer uma fantasia de Branca de Neve. O que ele ainda não sabe é que você também quer todos os brinquedos do mundo, todas as bonecas, todos os jogos, todas as pelúcias, todos os carrinhos e bolas e também um cão e um gato de verdade, mas também serve uma tartaruga. Você quer tudo o que vê, e isso já virou até piada entre nós. Chega uma propaganda de algo e se você não pede, eu já pergunto: e aí, não vai pedir? E você sorri e diz que sim, claro que quer esse também. Fase. Fase de querer tudo, sem nem entender para quê tanto, nem para quê tudo, basta querer, querer. E eu rio. Acho graça nesse querer, nesse interesse pelas coisas, pelo mundo, pelas posses. E sei que ano que vem o querer vai estar mais direcionado, que não vai mais querer brinquedos “de menino”, e que muitas coisas vão ser de “criança pequena” e curto muito essa fase sem critério e tão entusiasmada que é a que você se encontra e que logo vai passar, como todas as outras estão passado, assim, num piscar de olhos. Montamos também a árvore de Natal, e pela primeira vez você se encantou com o ritual, e se interessou pelos enfeites, gostou de saber que alguns deles foram feitos pela minha bisavó, olha que legal, e outros por mim mesma, junto com os meus irmãos. Montou uma árvore bem pequenininha só para você e também uma maior, para a família toda. Nossa casa tem duas árvores, portanto. E muitos enfeites Natalinos e também luzinhas piscantes, meias esperando presentes e um calendário contagem regressiva para o Natal pendurado na lareira. Não quis falar muito que Papai Noel desce pela chaminé porque tenho medo que você se assuste, tal e qual aconteceu com o Patati Patatá na festa da sua amiga no sábado passado, coisa que te causou um medo inacreditável. Medo de Papai Noel e de palhaço é bem comum, melhor evitar. Sabe também o que é amigo secreto. Sabe que na casa da Tia Pri sua amiga secreta é sua prima Bruna, e torço muito para que saiba guardar segredo até a hora da festa. Em resumo, esse sem dúvida, é o Natal que você mais participou. Outro dia mesmo chamava Papai Noel de Pel e agora já está assim, toda participativa, toda empolgada. E nós, os seus pais, e claro, também os avós, não paramos de nos encantar com esse seu jeito tão alegre e entusiasmado de ser. Continuo achando que essa é a sua melhor fase e a cada dia me apaixono mais por você. É um amor tão grande filha, e tão infinito, que quando a gente acha que não dá para amar mais, no segundo seguinte ama mais um pouquinho. E se no Natal a gente já fica mais emotivo, com uma filha assim tão especial e encantadora, tudo se torna ainda mais mágico. E é esse amor tão grande que torna todo o resto, tudo mesmo, tão menor, tão sem importância, tão irrelevante, que a gente nem liga que pegou trânsito, nem que a casa está uma bagunça, nem que tem que trabalhar tanto, nem nada. Porque a gente tem você, e isso é melhor que tudo junto nesse mundo, meu amor.

Esses são os registros do seu Natal aos três anos. Espero que somente bons momentos fiquem guardados na sua memória e que essa data, tão especial, seja sempre motivo de comemoração entre nós.

Te amamos minha filha.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

A gente se acha esperto.

A Mariana vai mudar de escola. Esse assunto da troca de escola eu conto depois, em outro post.

O assunto é a mudança em si.

Desde que a gente decidiu pela mudança, vamos falando, sutilmente, nela. Olha, Mariana, que bonita essa escola... Sabe Mariana, seus amigos gêmeos estudam nessa escola linda, você queria estudar nela? Sabe Mariana, tem tanta escola legal por aí...

E por aí vai.

Eu acho, juro, que sou sutil. E pensava em contar mais objetivamente depois que as férias começassem, quando o vínculo com a escola antiga já estivesse mais enfraquecido.

Mas minha sutileza insiste.

Ontem, conversando no carro, começo de novo.

Como foi a escola, filha? Boa? A Joyce (professora) tava lá? Você gosta dela, né filha? Então, mas sabe, ano que vem, a Joyce não vai ser a sua professora. Sabe filha, a Joyce é professora de pequenos, e agora você já está moçona, e vai ter outra prô, e nesse mundo tá cheio de prô legal.

Ela:

- Mamãe, para com essa coisa de falar que eu vou mudar de escola. Você toda hora fala isso. Você já me falou disso segunda-feira. Deixa eu ficar sossegada, mamãe! Me deixa sossegada!!! Humpf.

E amarrou o maior bico.

Ju-ro.

Então que eu não sou sutil. Que filho é mais malandro do que a gente pensa. E estou aceitando sugestões de como abordar o assunto de alguma outra forma.