quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Temos o mundo inteiro no nosso quintal.


Mariana,


Você adora Backyardigans. Adora. Fica enlouquecida com a música de abertura, pula, dança, ri sozinha e dá tchau quando termina. Dá até dó de te ver tão empolgada com um desenho animado. É uma inocência tão grande, que até corta o coração. E porque você adora, todas as noites assistimos aos ditos cujos. Ontem não foi diferente. Os três reunidos para o seu programa favorito.
Começa o desenho.
Seu pai inicia o diálogo, se irritando com a personagem rosa:
- Eu não gosto dessa Aniqua (Uniqua, eu sei, mas ele acha que é Aniqua.E que nome é esse peloamor!?!)
Eu:
- Por quê?
Ele:
- Porque ela se acha a melhor de todas, a mais esperta...Detesto.
Eu:
- É. Acho que não gosto dela também. Gosto do Pablo (que pensava que era Paco até outro dia.)
Ele:
- Mas o Pablo é sempre o bandido...

(Silêncio. Reflito sobre o fato de Pablo ser sempre o bandido. O desenho continua.)

Eu:
- Qual deles você mais gosta?
Ele:
- Do chifrudo. O Tyrone.
Eu:
- Ah...

(Silêncio. Reflito sobre o fato do Tyrone ter chifres. Não tinha nem reparado. Continuo preferindo o Pablo, o bandido. O desenho continua.)

Seu pai:
- Esse desenho é repetido. Já assisti. Bom pra criança, que vê mil vezes a mesma coisa.
Eu:
- Nunca vi esse episódio...

(Silêncio. Você dorme. Mudamos de canal. Mais do que isso. Mudamos de vida. Hoje temos o mundo inteiro no nosso quintal. Obrigada pela leveza que você trouxe para nós. Te amo, meu anjo. Boa noite.)




terça-feira, 29 de setembro de 2009

Tenho dó da Gisele Bündchen


Desde o início deste blog quero escrever sobre os inconvenientes da gravidez. Em minha opinião, ser mãe é algo super nota 10, mas estar grávida não é, por assim dizer, uma verdadeira Brastemp.

Aposto que as leitoras/amigas/mães/blogueiras escreverão comentários dizendo que, quando grávidas, se sentiram lindas, mágicas e poderosas. E eu acredito.
Mas comigo não foi assim.
Não me sentia feia. Tampouco gorda. E o cabelo estava bem lindo, cheio de brilho. E para escrever este post tive que pensar muito para detectar o que foi que me incomodou na gravidez.
Não era a barriga. Não me sentia cansada fisicamente (com falta de ar sim, cansada, não). E sentir a Mariana se mexer era uma delícia.
Depois de muito pensar, concluo que o que me incomodava era o fato da gravidez despertar tanta curiosidade da população. Do dia para a noite você vira o centro das atenções, todo mundo te paparicando, se interessando pelos seus hábitos mais íntimos (- Tá vomitando? - Tá enjoando? - O intestino tá preso? Ah! Peloamor!). Esse interesse na minha vida intra-útero me irritava profundamente. Até o fato de alguém ceder o lugar para eu sentar me irritava. Também me enlouquecia quando alguém que alguém me dizia: - Precisamos nos encontrar. Quero te ver barriguda! Aí eu virava bicho. Eu lá era monumento para alguém querer me ver barriguda? Tenha dó! Para falar a verdade, se eu fosse listar tudo o que me irritava, esse post virava uma Bíblia. Então, ficam esses exemplos e vocês imaginem o resto.
Penso que minha natureza tímida, aliada aos hormônios da gravidez me deram esse mau humor que durou os nove meses. Hoje rio dessa minha fase hardcore, mas na época, não via graça não...
E aí tenho visto a gravidez da pobre (pobre, hehe...) da Bündchen estampada em revistas, jornais e internet. Parece até que ela escondeu o quanto pode (não sei muito bem, não acompanho de perto a evolução do Baby Bündchen), mas é todo mundo em volta da mulher, acompanhando o crescimento de cada centímetro daquela pequena barriga. É tanto interesse pela menina, que parece que é a primeira pessoa do Universo a ficar grávida (Não. Corrijo. As primeiras grávidas do Universo foram Claudinha Leite e Ivete Sangalo, nessa ordem). Ah, deixem essas moças em paz, não é mesmo?
Tudo bem, talvez a Gisele nem se incomode com esse assédio. Talvez eu esteja até mais incomodada do que ela. É fato que a celebridade vive da mídia. É fato que ela vai lucrar muito com esse bebê. Mas, juro, se fosse eu, com o meu mau humor gestacional, juro que arrebentava o primeiro papparazzo que se aproximasse. Ah, juro.


quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Ser mãe depois dos 35.



Esse tema é recorrente e divide opiniões. Vale a pena esperar para engravidar? É melhor ser mãe antes dos 35? Melhor ainda antes dos 30?
Engravidei aos 36 anos e Mariana nasceu quando eu já havia completado 37.
Não sou médica, nunca me aprofundei no tema, então minha análise é na base do mero achismo.
Se você que está lendo este post agora já está pensando “Tá vendo? Ela teve filho como 37 e deu tudo certo”, reconsidere seu pensamento.
Sim, graças a Deus deu tudo certo. Mariana é saudável. Minha gravidez foi tranquila do ponto de vista médico. Mas por que esperei tanto? Aproveitar a vida? Carreira? Momento certo?
Eu tive lá meus motivos para engravidar mais tarde. E acredito que você também tenha os seus. Mas se o ponto é só “aproveitar a vida”, como tenho escutado frequentemente por aí, pense bem. A alegria de ter um filho não tem preço.
Vá por mim. Nada, eu disse, NADA se compara à alegria de ser mãe. Nada chega nem perto desse sentimento.
Então, por que esperar tanto por algo tão bom?
Pense no dia mais feliz de sua vida. Casamento? Férias na Europa? Uma super promoção? Tudo isso passa longe, bem longe, da felicidade de ser mãe.
Então, por que adiar esse sentimento?
É claro que no meio de uma noite em claro, com uma criança chorando sem parar e você perambulando pela casa como um zumbi, você vai se perguntar “onde é que eu fui me meter?”. Mas pense que até mesmo na viagem para a Europa há esses momentos em que a gente, cansada, com bolha no pé e de saco cheio de ver museu pensa “o que é que eu tô fazendo aqui?”. Mas depois de um breve descanso ou um banho gostoso você esquece o desconforto; porque a viagem como um todo é muito mais legal do que os pequenos aborrecimentos do percurso. Com filho é igual. Tem horas que aborrece, mas no geral é muito bom.
E tem ainda as questões médicas, que não me competem discutir. Meu obstetra garantia ser seguríssimo ser mãe após os 35 e mesmo após os 40. E quem sou eu para duvidar? Quanto a esse quesito, cabe a você pesquisar e perguntar para o seu médico.
A minha conclusão é que esperei demais. Se soubesse o quanto era incrível ser mãe, teria tido filho há muito mais tempo. Por conta disso, o que mais quero hoje é viver 100 anos, para poder aproveitar mais e mais a alegria de ser mãe da Mariana.
Claro que a vida muda, claro que dá trabalho, claro que custa caro. Tem as já mencionadas noites sem dormir, tem a primeira febre, cólicas, choros, preocupações sem fim. Não vou mentir, maternidade não é tarefa fácil. Mas, como diz meu pai, “não existe almoço grátis”, não é mesmo?
Por isso, reflita. Reveja as suas prioridades, para não se arrepender depois.
Esse post é um serviço de utilidade pública. Não me use como exemplo.
Corra! Vá ser mãe!


segunda-feira, 21 de setembro de 2009

A febre. Os superpoderes. Roséola.


Mariana,


quando estava grávida eu sempre dizia que não saberia reconhecer quando você estivesse com febre. Dona de mãos eternamente frias, considero quente tudo o que toco. E aí você nasceu. E e eu te conheço tanto, que noto se você está um grauzinho só mais quente que o normal. E conheço o seu choro, o seu cheiro e as suas risadinhas. Hoje, um ano após você ter nascido, ouso dizer que te conheço como a mim mesma. Outro dia você chorou um choro esquisito, quase um gemidinho. E eu estranhei de cara. Que choro novidade era aquele? E dito e feito, horas depois uma febre e uma dor de barriga. Soube antes, porque uma pequena alteração do seu comportamento, por mínima que seja, já faz o alerta materno soar bem alto.
Não sei se te conheço tão bem porque te observo o todo o tempo ou porque somos mãe e filha, e esses vínculos tem razões sobrenaturais, sei lá.
O resultado prático dessa ligação, filha, eu não sei bem ao certo. Só espero que esses meus superpoderes possam servir para te ajudar, sempre que você precisar.

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Escrevi esse post na segunda-feira passada. Coincidentemente, cheguei em casa à noite e lá estava você, com 38 e pouco de febre. E assim foi a semana toda. Febre que subia e descia. Eu, com meus superpoderes recém adquiridos, percebia a febre cada vez que ela voltava. E aí o trio que já conhecemos, banho morno, roupa leve e antitérmico. O vai e vem durou até a sexta-feira. Na sexta à noite chego em casa e você está com a testa e o pescoço vermelhos, cheio de pequenas manchinhas.
E aí estava a causa da febre: roséola! Confesso que fiquei até aliviada, porque pelo menos descobrimos o que você tinha. O vermelhão se espalhou pelo corpo, durou dois dias e passou! Agora você está boa, embora meio mimadinha demais, resultado dos dengos extremosos dos avós e dos pais preocupados.

Roséola. Essa já posso incluir no meu currículo de mãe de primeira viagem.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Yôga aumenta a fertilidade?


Mariana,


Olha só quanta gente barriguda!
Do lado esquerdo a Ana e do lado direito a Alê. A minha turma de yôga. A Alê é a instrutora e eu e a Ana, as alunas. O curioso é que ninguém falava em ficar grávida. Nossos encontros, todas as segundas e quintas, eram sagrados. Mas de bebês ninguém falava. E aí eu me descubro grávida. Conto a notícia animada. Um mês depois (ou nem isso, não lembro) quem engravidou foi a Alê e por fim foi a Ana.

Nunca soube das propriedades fertilizantes do yôga, mas brinco com elas que essa gravidez toda só deve ser resultado de algum ásana que a gente fez.

Resultado: você nasceu em agosto, o Arthurzinho, filho da Alê em setembro, e em outubro foi a vez da Amanda e do Fernando. Isso mesmo, a Ana teve gêmeos!

Olha o que tinha dentro dessas barrigas:

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Já sei comer sozinha ou Como distrair uma criança por dez minutos

Nasceu a Duda!

Mariana,

Mais um registro feliz para o ano de 2009. Nasceu a Duda, filha da Dedé e do Fabio. Veio ao mundo apressada. É linda e pequenina. E vai ser nossa afilhada. Quanta alegria com a chegada dessa menina!
Maria Eduarda, desejamos para você uma vida iluminada e abençoada. Que você cresça com saúde e muita sorte. Siga alegre pela vida e tenha forças para enfrentar as dificuldades. Saiba que já é muito amada e que sempre poderá contar conosco. Esperamos corresponder à altura do cargo que nos foi confiado. Estaremos sempre ao seu lado! Muitos e muitos beijos bebezinha!

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Corujices – Da série “Olha como minha filha é linda”

Mariana,

Eu sei que um dia, provavelmente na adolescência, chatonilda da silva como é o esperado para a fase, você vai ver esse blog e me perguntar:
- Mas precisava por tanta foto minha?
- Precisava ser tão coruja?
- Aliás, precisava fazer blog?

Precisava sim. E eu nem ligo se você reclamar.



terça-feira, 8 de setembro de 2009

O mundo é bão Sebastião!

Victoria, Mariana e Bruna, olhando os peixinhos da fonte.


Mariana,

Feriadão. Fomos para o sítio do Seu Levi, pai da sua tia-madrinha Priscila. Nossa Costa do Sauípe Paulistana ou, como preferimos, a Costa do Levipe.
E lá fomos nós, carro entupido de bagagem. Inacreditável como a nossa bagagem aumentou desde que você nasceu. É mala, malinha, casaco, casaquinho, biquini, gorro, chinelo, bota, remédio, leite, mamadeira, termômetro, banheira inflável, fraldas, berço desmontável...nem eu acredito que consegui arrumar tudo e não esquecer de nada.
Foram três dias ótimos, tanto para nós quanto para você, que encontrou as suas primas queridas. Como é lindo ver a alegria de vocês três juntas, ora brincando, ora se matando por uma panelinha amarela ou por uma boneca descabelada.
Bruna, hoje com quase cinco anos, foi a primeira criança do meu lado da família. Além de minha sobrinha, é minha afilhada mais do que amada. Victoria chegou depois e hoje tem dois anos. Uma menina linda, que a cada dia está mais engraçadinha e mais falante. Amo essas duas meninas como se também fossem minhas filhas. E te asseguro, filha, que seus tios-padrinhos Matheus e Priscila também te amam da mesma maneira, com a mesma intensidade. Com eles, tenho certeza, você poderá sempre contar!
O ponto alto do final de semana foi sua prima Vic, despejando um vidro de detergente para bolhas de sabão na fonte em forma de cascata. Em questão de segundos a fonte estava inteirinha cheia de espuma e o Seu Levi desesperado com os peixinhos que lá viviam. A maior correria para trocar a água da fonte e salvar os peixinhos. No final tudo correu bem. O Ibama pode ficar tranquilo. Os peixes foram salvos (e limpos) e o detergente eliminado.
Outro evento foi você passando meio mal durante uma madrugada. Cólicas por causa dos abusos alimentares. Mas, felizmente, depois de algumas gotas de Luftal e de Tylenol tudo estava resolvido!
Completamos o feriado visitando sua pequena prima Beatriz, que a cada dia está mais linda.
No mais, só risadas, comilança e diversão.
O mundo é bão Sebastião!

E como de tudo na vida se leva um aprendizado....

...eu aprendi que três dias e três crianças renovam o espírito, mas cansam o corpo.

...você aprendeu que ovos de codorna, uvas, bananada e sopa de feijão definitivamente não formam uma boa combinação.

e a sua prima Vic aprendeu que detergente não mata peixinhos dourados.

Que venha o próximo feriadão!!



terça-feira, 1 de setembro de 2009

Para te dar bronca quando você entender.


Mariana,

Há alguns dias você simplesmente chilica na hora de dormir. Cospe a chupeta, atira a mamadeira longe. Se te pego no colo você quer sair. Se te deixo na cama, você quer colo. E grita. E chora. E esperneia. A menina do exorcista perde para esse seu ataque.
O espetáculo dura em média uns 20 minutos e às vezes, como essa noite, se repete na madrugada.
Seu pai diz que é manha. Eu acho que é dente. A verdade é que podem ser os dois. Ou nenhum deles. E a gente, que não recebeu manual quando saiu da maternidade, fica se olhando com cara de “o que que eu faço agora?”
Sabe filha, eu sou paciente, eu sou calma, tudo que você faz me agrada mas, juro, chiliques me deixam fora do sério!!!!!
Minha mãe vive dizendo que bebê não é igual dois dias seguidos. Chora hoje, amanhã ri, depois de amanhã sabe-se lá.

Espero que essa fase estressilda não dure muitos dias porque filha chiliquenta, ninguém merece!