sábado, 30 de abril de 2011

A semana que não tem fim

Começou na terça. Mariana não jantou. À noite teve febre. Acordou às três e meia da manhã e assim permaneceu até às seis e meia, quando meu despertador tocou. Entre largar a filha doente e ir trabalhar fiquei na coluna do meio: trabalhei em casa das sete da manhã até ela acordar, lá pelo meio dia. Acordou ainda com febre, mas aí eu tinha que ir trabalhar, não tinha jeito. Ficou com minha mãe e lá fui eu, zumbizando quarta-feira afora. Aí a febre se confirmou virose e começou a dor de barriga. E quarta à noite foi recheada de choros de dor. O pediatra medicou por telefone, mas ela não tomou remédio nenhum. Faltou na escola todos os dias. Minha semana de trabalho foi caótica, tudo acontencendo de um jeito meio errado, tudo urgente, tudo atrasado. E entre um prazo e outro liga pra casa e pede o boletim médico: continua com febre, continua com dor de barriga, diarréia, não come, essas coisas. Na sexta pareceu melhorar. No trabalho também, tudo meio se acertando. Combino um chopp com amigas, afinal, a semana merecia um descanso. Chego em casa e Mariana ainda está acordada, tomou um leitinho e dormiu ao meu lado. Às uma e meia acordou chorando, não deu nem tempo de pensar. O jato de vômito veio em cima de mim. E toca a trocar eu, filha, lençol, o pai e tudo ao redor. Acordou ainda com diarréia e se queixando de dor de ouvido. Levamos ao pronto-socorro e ganhamos uma receita de antigases, um anti enjoo e duas broncas: uma porque ela ainda mama à noite e outra porque ela ainda toma mamadeira. Tentamos almoçar no final do pronto-socorro, mas ela chorou o tempo todo de dor de barriga. Agora parece ter melhorado.
Será que acabou?

segunda-feira, 25 de abril de 2011

O saldo da Páscoa

No fim das contas ficamos rodeados de ovos por todos os lados. Não os escondi como prometido, porque achei que Mariana ia pegar bronca do coelho, esse malandro que não para de mandar ovos para quem não quer. Deixei os ovos que eu havia comprado em cima do sofá e culpei o coelho. Como era esperado, ela disse que não queria, que já tinha, o que vocês já sabem. Só se rendeu ao ovo da Moranguinho, porque vinha com um batom e, sabe, batom é golpe baixo com menina de dois anos. E nossa casa agora tem diversos ovos de páscoa, coisa que não acontecia há décadas, já que nem eu nem Fabio gostamos muito de chocolate. E vi em algum programa dominical que a distribuição dos ovos na Páscoa representa a vida. E foi impossível não concluir que é isso mesmo. Que nunca nossa casa teve tanta vida. Tudo por conta dessa pequena que passou quatro dias grudada com mamãe, brincando, cantarolando e bagunçando cada canto de cada cômodo.

E a Páscoa foi isso. Vida. Bagunça. Ausência total de programação. Uma criança que vale por mil. Banhos curtos. Refeições frias. Comilança. Família. Uns quilinhos a mais. E muito, muito amor.

Espero que a de vocês tenha sido assim tão boa.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Vendo ovos de Páscoa.

Comprei alguns ovos de páscoa para a Mariana.
Achei que seria divertido escondê-los pela casa e essa coisa toda que se faz na Páscoa. Essa que é a primeira que ela entende de verdade. Mas eis que, perguntada pela avó sobre o que ela queria de Páscoa, disse que queria um ovo bem pequenininho e vermelhinho. Pediu e ganhou, já na semana passada.
Desde então diz que não quer mais ovos. Que já ganhou o seu.
Hoje fomos almoçar na vovó Marlene e ela ganhou vários ovos. Da avó. Da tia. Da prima de Campinas. Da tia avó.
E RECUSOU TODOS.
Isso mesmo. Para cada ovo que ganhava, respondia: - Não quero, eu já ganhei um ovo. Eu só quero um ovo. Eu não quero um monte.
E agora temos os ovos ganhados hoje, e os outros que eu já havia comprado, e uma filha budista que se contentou com apenas um.

Pois é.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Descomplique

A vida tem dessas sincronicidades. Comecei o dia conversando com minha amiga Sil. Dessas conversas que desopilam o fígado. Nós duas não somos perfeitas, nem como mães, nem como coisa nenhuma. Mas estamos aprendendo a conviver com isso. Foi a tônica do bate papo matinal. Em seguida recebo o texto abaixo. Tão a calhar. Então divido com vocês que, tenho certeza, também vão se identificar com ele, seja em maior ou menor medida. E que também sirva de ensinamento para Marianinha, que está aprendendo desde cedo que ninguém é perfeito, muito menos a mamãe dela.


Se eu tivesse que escolher uma palavra - apenas uma - para ser item obrigatório no vocabulário da mulher de hoje, essa palavra seria um verbo de quatro sílabas: DESCOMPLICAR. Depois de infinitas (e imensas) conquistas, acho que está passando da hora de aprendermos a viver com mais leveza: exigir menos dos outros e de nós próprias, cobrar menos, reclamar menos, carregar menos culpa, olhar menos para o espelho. Descomplicar talvez seja o atalho mais seguro para chegarmos a tão falada qualidade de vida que queremos - e merecemos - ter. Mas há outras palavras que não podem faltar no kit existencial da mulher moderna. Amizade, por exemplo. Acostumadas a concentrar nossos sentimentos (e nossa energia...) nas relações amorosas, acabamos deixando as amigas em segundo plano. E nada, mas nada mesmo, faz tão bem para uma mulher quanto a convivência com as amigas. Ir ao cinema com elas (que gostam dos mesmos filmes que a gente), sair sem ter hora para voltar, compartilhar uma caipivodca de morango e repetir as histórias que já nos contamos mil vezes - isso sim, faz bem para a pele, para a alma então, nem se fala! Ao menos uma vez por mês, deixe o marido ou o namorado em casa, prometa-se que não vai ligar para ele nem uma vez (desligue o celular, se for preciso) e desfrute os prazeres que só uma boa amizade consegue proporcionar. E, já que falamos em desligar o celular, incorpore ao seu vocabulário duas palavras que têm estado ausentes do cotidiano feminino: pausa e silêncio. Aprenda a parar, nem que seja por cinco minutos, três vezes por semana, duas vezes por mês, ou uma vez por dia - não importa -e a ficar em silêncio. Essas pausas silenciosas nos permitem refletir, contar até 100 antes de uma decisão importante, entender melhor os próprios sentimentos, reencontrar a serenidade e o equilíbrio quando é preciso. Também abra espaço, no vocabulário e no cotidiano, para o verbo rir. Não há creme anti-idade nem botox que salve a expressão de uma mulher mal-humorada. Azedume e amargura são palavras que devem ser banidas do nosso dia a dia. Se for preciso, pegue uma comédia na locadora, preste atenção na conversa de duas crianças, marque um encontro com aquela amiga engraçada - faça qualquer coisa - mas ria. O riso nos salva de nós mesmas, cura nossas angústias e nos reconcilia com a vida. Quanto a palavra dieta, cuidado: mulheres que falam em regime o tempo todo costumam ser péssimas companhias. Deixe para discutir carboidratos e afins no banheiro feminino ou no consultório do endocrinologista. Nas mesas de restaurantes, nem pensar. Se for para ficar contando calorias, descrevendo a própria culpa e olhando para a sobremesa do companheiro de mesa com reprovação e inveja, melhor ficar em casa e desfrutar sua salada de alface e seu chá verde sozinha. Uma sugestão? Tente trocar a obsessão pela dieta por outra palavra que, essa sim, deveria guiar nossos atos 24 horas por dia: gentileza. Ter classe não é usar roupas de grife: é ser delicada. Saber se comportar é infinitamente mais importante do que saber se vestir. Resgate aquele velho exercício que anda esquecido: aprenda a se colocar no lugar do outro (empatia), e trate-o como você gostaria de ser tratada, seja no trânsito, na fila do banco, na empresa onde trabalha, em casa, no supermercado, na academia. E, para encerrar, não deixe de conjugar dois verbos que deveriam ser indissociáveis da vida: sonhar e recomeçar. Sonhe com aquela viagem ao exterior, aquele fim de semana na praia, o curso que você ainda vai fazer, a promoção que vai conquistar um dia, aquele homem que um dia (quem sabe?) ainda vai ser seu, sonhe que está beijando o Richard Gere... sonhar é quase fazer acontecer. Sonhe até que aconteça. E recomece, sempre que for preciso: seja na carreira, na vida amorosa, nos relacionamentos familiares. A vida nos dá um espaço de manobra: use-o para reinventar a si mesma. E, por último (agora, sim, encerrando), risque do seu Aurélio a palavra perfeição. O dicionário das mulheres interessantes inclui fragilidades, inseguranças, limites. Pare de brigar com você mesma para ser a mãe perfeita, a dona de casa impecável, a profissional que sabe tudo, a esposa nota mil. Acima de tudo, elimine de sua vida o desgaste que é tentar ter coxas sem celulite, rosto sem rugas, cabelos que não arrepiam, bumbum que encara qualquer biquíni. Mulheres reais são mulheres imperfeitas. E mulheres que se aceitam como imperfeitas, são mulheres livres. Viver não é (e nunca foi) fácil, mas, quando se elimina o excesso de peso da bagagem (e a busca da perfeição pesa toneladas), a tão sonhada FELICIDADE fica muito mais possível.

(desconheço o autor do texto, se alguém souber, por favor indique)

beijos!