segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Do papai para Mariana

A gente pede participação na brincadeira, e recebe declaração de amor. Mariana, assim é seu pai. Que sorte a sua!

Com vocês, o pai da Mariana:

Filha,
Hoje é dia dos pais escreverem no blog, por isso é a 1° vez que eu escrevo aqui.
Fiquei pensando o que eu poderia escrever sem ser piegas, mas é impossível falar de você sem que eu declare o meu amor, de como você mudou a maneira de eu enxergar a vida. Você mudou a minha vida e a minha relação com o mundo e todos a sua volta. Passei a enxergar um mundo melhor, passei a gostar de gente que te paparica, que te chama de “gracinha”, passei a respeitar ainda mais os seus avós, a entendê-los ainda mais; a amar cada vez mais sua mãe, que se desdobra para ser mãe, filha, boa profissional e mulher; mulher que a cada dia me surpreende, que a cada dia só faz meu amor aumentar. Filha, hoje me sinto mais homem, sinto também o peso da responsabilidade, sinto medo por você, pelo o que a vida vai te proporcionar, mas sempre estarei ao seu lado, sempre te amarei e lutarei sempre para que tudo em sua vida seja bom, com amor, com saúde.
Filha, pra quem não queria ser piegas, não me saí muito bem, mas tudo bem, não sei escrever tão bem como a sua mãe, não sei ser engraçado e nem poético. Mas não conseguiria mesmo, em poucas palavras expressar o quanto te amo, o quanto te quero, o bem que você nos fez, a alegria que você nos traz.
Filha te amo!

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O tratado sobre o desfralde. Senta que lá vem história.

Mariana versão sem fraldas. Tenho que me acostumar. Primeiro porque me custa ver o seu crescimento assim, tão a passos largos. Segundo, porque criança sem fralda significa usar banheiro público, ter que pensar em paradas na viagem, ter mudas extras de roupa, enfim, trabalheira geral.
Talvez por essas razões o desfralde não tenha começado lá pelos dois anos, ou antes até.
Talvez porque eu respeite o tempo da Mariana.
Ou talvez, e mais provável, que tudo isso junto tenha resultado em esperar um sinal da pequena para começar o processo.
Mariana reconhece cocô e xixi desde um ano. Sempre avisou quando ia fazer ou fez um dos dois. Vai conosco ao banheiro. Tem penico desde um ano e meio e logo cedo aprendeu a dar tchau para o xixi, mesmo que não fosse o dela.
Ou seja, tinha todos os requisitos para começar o desfralde.
Eu, de vez em quando perguntava: - Quer ficar sem fralda, filha? A resposta era sempre um redondo NÃO. Então esperava mais, e tornava a perguntar dali uns dias.
Até que partiu dela. Há uns dois meses mais ou menos, de manhã, estávamos nos trocando para ir para a piscina da vovó. Ela estava pelada e eu falei: - Vamos por fralda para ir para a vovó, filha? E ela: - Não, eu vou sem fralda e vou fazer xixi no penico. Correu para o penico e fez. Assim, como se sempre tivesse feito. Era o sinal!
Aí saímos de férias e foi meio complicado explicar porque tinha que fazer xixi na privada, se ela estava sempre de biquíni e acabava fazendo no chão da piscina, na areia da praia, mico total. Então o negócio ficou meio indefinido. Ora na fralda, ora na privada, ora no chão mesmo, para vergonha da mamãe aqui.
Começaram as aulas. Levei-a para a escola no primeiro dia. Fomos conhecer a classe nova. Mostrei para ela que a classe tinha banheiro, onde ela poderia fazer xixi e cocô, se quisesse. Ela imediatamente: - Quero fazer cocô! E, para minha surpresa, fez um micro cocô na escola, inaugurando o ano letivo! Vou falar mais disso lá no final. Esperem.
Contei para a professora que estávamos iniciando o desfralde, fui enfática para que não forçassem nada, só fizessem a vontade da Mariana. Uns três dias depois a professora sugeriu que ela ficasse sem fralda na escola, porque outros três coleguinhas também estavam no processo e talvez ela gostasse. Gostou. Desde que isso começou, há quase um mês, só houve um xixi escapado. Sucesso total!
Em casa, ora o xixi vai pra privada, ora pro penico, ora para o chão. E muitas vezes vai na fralda. Para sair eu ainda coloco fralda, por ainda não estar segura do desfralde 100% e também pelo nojo dos banheiros públicos em geral. Para dormir, também rola fralda, e essa ainda acho que vá demorar a sair, já que Mariana mama antes de dormir e às vezes durante a noite. Vamos ver.

O cocô geralmente vai na fralda. Ela pede e eu coloco na mesma hora, porque tenho pavor de intestino preso. Falo disso já, já. Mas já rolou cocô na privada em casa, na escola, nas avós e outro dia no penico. Aliás, esse último ela fez quando estava com o pai e até guardou para eu ver. Olha quanta gentileza!

Em resumo, o desfralde está sendo um sucesso, que atribuo a vários fatores que coloco aqui para ajudar quem quer que seja:

A idade certa.
Esperar o tempo da criança pareceu decisivo para o processo. Há quem diga que há uma “janela de oportunidade” que se fecha aos dois anos. Se não desfraldou até lá, tanto pior. Discordo. Acho que aos dois anos eu conseguiria “CONDICIONAR” Mariana a ir ao banheiro, como se condiciona um cachorrinho a fazer xixi no tapetinho, por exemplo. Agora, com maior compreensão, acho que ela APRENDEU o negócio todo, e por isso foi muito mais fácil do que eu imaginava. Claro, deve haver teses e mais teses contrárias mas para nós deu certo, por isso divido.

Já é mocinha!
Os argumentos “já está grande”, “ficou mocinha” são perigosos. Um dia, sentada na privada e recebendo elogios nessa linha, Mariana disparou: - “Eu não sou mocinha, eu sou um bebê que faz xixi na privada”. Ou seja, alerta vermelho! Talvez “ser mocinha” para ela signifique mais do que fazer xixi. Perder o colo, deixar de ser a bebê da mamãe, como eu sempre digo? Então cuidado com o argumento...

Calcinhas.
Eu sempre tive o costume de colocar calcinha sobre a fralda da Mariana. Acho que segura melhor, sei lá. E isso foi péssimo, porque não tive o argumento de “poder usar calcinhas” no lugar das fraldas. Ora, ela já usava calcinhas...Então se fosse fazer de novo talvez teria evitado o uso de calcinhas junto com fraldas. De todo modo, outro dia fomos comprar calcinhas NOVAS que a animaram bem. Tão bem a ponto dela fazer vários xixis na calcinha, justificando a troca. Em poucas horas foram quase todas as calcinhas novas. E a cada xixi escapado ela dizia: não faz mal, mamãe. Tem outra calcinha nova! Cuidado aqui também.

Gente grande não usa fralda?
Ainda, tem o negócio de Mariana achar que absorvente é fralda pequenininha, como contei aqui. E várias vezes que eu disse que ela não precisava mais usar fralda ela respondeu: - Você usa fralda pequenininha, mamãe. Então também tive que evitar que ela visse a mamãe usando fraldas pequenininhas. Ninguém usa fralda, filha!

Tirar de uma vez?
O negócio de ora usar fralda ora não usar às vezes confunde a criança. Mariana agora pergunta: - Eu to de fralda? Posso fazer xixi? Mas ainda acho melhor do que tirar de uma vez e acabar com vários acidentes fora de casa. Sei lá, vai de cada um.

E o cocô?
A questão cocô na fralda. A Mariana já teve um problema sério de intestino. Entrou na escola e começou o drama. Antes de fazer o mini cocô do primeiro dia de aula que eu contei acima, ela NUNCA tinha feito cocô na escola. No final do ano passado a coisa andava tão dramática (imaginem uma criança gritando de dor porque não conseguia fazer cocô, supositórios e tudo o mais) que tivemos que entrar com medicação por um mês. Acho que algo na escola a travou e somente com medicação é que ela se condicionou novamente ao cocô regular. Então imaginem meu pavor disso voltar com o desfralde. Por isso não recuso a fralda para o cocô. Tudo ao seu tempo e com certeza daqui a pouco estaremos com 100% de aproveitamento!

Penico ou privada?
Em casa ofereço os dois. Tem horas que o penico ganha. Tem horas que ela quer privada com redutor de ursinho. Tem horas que quer privada sem nada. Particularmente acho privada mais higiênico. Cocô no penico é nojento até. Mas deixo as opções e assim ela não fica daquelas crianças sistemáticas que só fazem cocô no banheiro X, com a privada Y, no horário do sol poente e usando um chapéu azul. Tem que acostumar a fazer cocô em qualquer lugar e quando der vontade, melhor segredo contra o intestino preso.

A escolha do penico.
O penico da Mariana é um da Fischer-price que toca música. Já deu defeito e passou uma noite disparado, tocando música sem parar. A música até fez graça quando eu comprei, quase um ano atrás. Hoje ninguém dá bola e ele fica desligado. O lado bom é que ele vira um banquinho super estável, que serve para a criança subir e escovar os dentes e ajuda até mesmo a subir e sentar na privada e depois ficar ali com os pezinhos apoiados (posição que inclusive ajuda a fazer cocô). Então acho que valeu a compra.


E por fim meu protesto contra a pressão para o desfralde. Não vejo outra razão para o desespero em tirar as fraldas do filho senão a questão econômica. Fralda é caro então tem mãe que fica louca pra sobrar esse dinheiro pra gastar em sei lá o quê. Não se iludam. Filho é caro. Vão as fraldas, vem outros tantos gastos. Porque não acredito que alguém ache seu filho mais esperto porque fez cocô cedo dentro de um penico. Peloamor. E vai saber se esse mundo de mulher tomando Activia não é fruto desse desespero para desfraldar cedo. Teorias minhas, claro, mas vai saber... Calma que tudo ao seu tempo se ajeita.

Acho que é só. Esgotei meus conhecimentos sobre xixi e cocô. Ah, a maternidade. Puro glamour.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Não vai trabalhar, mamãe. Fica comigo, por favor?

O post de hoje era sobre o desfralde. Mas Mariana acordou com a frase título. Tentou de tudo para eu não ir trabalhar. Ficou horas no penico. Horas na privada. Quis por fralda. Chorou, esperneou, gritou, se agarrou a mim. Pediu. Implorou. Não vai trabalhar, mamãe. Fica comigo por favor! A cena é rara, já que quase sempre a deixo dormindo na casa dos avós.
E quando o atraso já era insustentável tive que colocá-la dentro do carro e levá-la para a minha mãe. Foi reclamando. Entrou choramingando. Fiquei com ela na minha mãe quase uma hora. Não quis prometer que a pegaria na escola (como de fato vou) para não frustrá-la em caso de algum imprevisto. Fui embora enquanto minha mãe a distraía com bolinhas de sabão. Cheguei duas horas atrasada no trabalho e não tenho nenhuma concentração para fazer nada. Em dado momento não aguentei e chorei. Chorei muito. De tristeza por não ser duas. Por não ter um dia de 48 horas. Por não conseguir estar em dois lugares ao mesmo tempo. Em nenhum momento falei que também queria ficar com ela e que não queria ir trabalhar. Porque não quero que ela ache que trabalho é sacrifício ou motivo de tristeza. Disse que eu tinha e queria ir trabalhar. E que depois ficaria com ela. E que quanto antes fosse, antes voltava (ai, que mentira). Tenho feito de tudo para ficar mais com ela. Mas parece que não é o suficiente. Parar de trabalhar não é uma opção, nem um desejo meu.
Vim o caminho todo chorando. Estou com olhos inchados e anestesiada pelo choro. Nem preciso dizer o quanto estou me achando péssima mãe.
Minha mãe me telefonou agora dizendo que ela está ótima. Mas eu não estou, claro.
Algum palpite? Sugestão? O que eu queria saber de vocês é como lidar com a situação. Que argumentos usar com o filho numa hora dessas?
Help!

Atualização: Obrigada pelos conselhos valiosos. Consolaram à beça, juro. Respirei fundo, como recomendaram Renato e Lisandra e trabalhei até quatro e meia, quando saí para pegar Mariana na escola. Ela me recebeu com um sorrisão e me abraçou tão forte que tornei a chorar, dessa vez de alegria. Falei com a professora que disse que ela esteve absolutamente normal durante o dia. Fomos juntas ao shopping, comprar um presente para uma bebê que completa um ano no sábado. Compramos sapatos vermelhos para Mariana. Passeamos bastante e à noite papai foi nos encontrar e jantamos fora. Um dia que começou mal e terminou bem. No caminho de volta para casa conversei sobre o trabalho, sobre o quanto eu gostava do que fazia, que era assim que ganhava dinheiro, expliquei do meu modo (e como muitas aí embaixo aconselharam) o que achava que precisava ser explicado. Não foi a primeira vez, nem será a última. Amanhã, se Deus quiser, não vai ter choro de ambas as partes. E tendo refletido tanto sobre algo tão espinhoso, só pude concluir que estou bem segura das minhas escolhas e da vida que escolhi para mim e para a minha família.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Mais que mil palavras


Antídoto para dias cinzentos, cheios de TPM, sono, cansaço, muito trabalho e pentelhações afins.


Atualização: a foto é no Horto Florestal-SP. Vale a visita!