terça-feira, 20 de setembro de 2011

O mais legal de ser mãe.

Dá trabalho. Cansa. Dorme-se menos. Ouve-se mais choros. Mas é tão legal ser mãe que merece o registro, antes que a adolescência de Mariana chegue e eu esqueça as boas memórias.

É legal, quero dizer, é incrível quando o filho mexe na barriga. É incrível quando a barriga começa a aparecer, e a minha eu percebia no começo só de manhã, ainda deitada na cama. Tinha emagrecido bastante por conta dos enjôos, mas logo cedo percebia um calombinho abaixo do umbigo. E sabia que ali tinha um bebê. Muito legal.

Depois foi legal, muito legal,, legal mesmo amamentar. É uma sensação de prazer mesmo dar leite para seu filho. Quando a gente amamenta, só de pensar no ato o peito já começa a vazar. Muito legal, muito incrível, muito sensacional.

Depois, pela ordem, meio cronológica, meio emocional, é legal ver seu filho sorrir. Na memória tenho um dia que Mariana olhou para o móbile e sorriu para os ursinhos que rodavam acima do berço. Ver que ela já percebia o mundo foi muito legal e fiquei ali, um tempão, dando corda no móbile e vendo o risinho dela ir e vir. Coisa linda, coisa mais linda, gente.

As primeiras vezes também são muito legais. Primeira papinha, primeiras palavrinhas, primeiros passos, primeira vez que viu o mar, primeiro dia na escola. Esse sentimento de apresentar o mundo é muitíssimo legal.

E legalzíssimo mesmo é o aniversário de um ano.É um sentimento de vitória tão doido, que não sei nem explicar. A gente se sente meio “olha como eu consegui”. Me deram na maternidade um bebezinho e doze meses depois ela estava lá, lindona, risonha, limpa, penteada, banhada, trocada, alimentada. Quer vitória maior? Muito muito muito legal.

Também legalzão é se reconhecer no filho. Em atos, palavras, traços. Acho incrível quando reconheço algo meu na Mariana, seja um gosto alimentar, uma expressão, um olhar. É egóico, mas é legal.

E a partir de um ano, acho que fica mais legal a cada dia. Falo aqui, bem baixinho pra ninguém ouvir, que não gosto muito de bebês pequenos. Gosto de crianças, principalmente crianças falantes. Então desde que Mariana começou a falar é só alegria. Cada dia fica mais fácil, cada dia é mais leve, cada dia é mais legal. Muito legal. Muito legal ser mãe gente!

E para você? O que é legal na maternidade?

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Virou número


Mariana, é isso aí.

Agora você é um número para o instituto de identificação ricardo não sei das quantas daunt. Faz parte da multidão. Tem RG e já tinha CPF. Pra falar a verdade, tá com a documentação mais em ordem do que a minha. Te achei linda no RG, assim toda sorridente, pronta pra vida civil.

Tomara todo mundo sorrisse no RG. Não mudava nada. Mas que ficava mais alegre, ah ficava.

Um fim de semana sorridente para todo mundo!!!!!!

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Dos piqueniques e dos perfeccionismos bobos que devemos evitar sempre.





Mariana,
Com algum atraso, o registro de mais uma primeira vez.
Primeiro piquenique no parque. Combinamos na véspera com tios e tias. No dia seguinte correria para chegar no Ibirapuera antes da multidão ávida pelo feriadão da independência. Na pressa e no improviso, saquei uma manta do armário, fiz uma rapa na geladeira. Tia Pri levou a maior parte do lanche, também feito de rapa de geladeira.
Estava feito o piquenique.
No meu mundo perfeito e estereotipado, a toalha seria xadrez e a mochila seria uma cesta dessas do Zé Colméia. A comida seria muito mais do que bisnaguinhas, biscoitos, água de côco e guaraná. No meu piquenique perfeito teríamos frutas delicadamente picadas, teríamos sanduichinhos feitos por mim de forma artesanal e até mesmo um bolo recém tirado do forno. Teríamos suco natural e até mesmo umas flores enfeitando a toalha. Mas entre sonho e realidade, fomos de realidade. Entre não fazer o piquenique por falta de pompa e circunstância ou fazê-lo à nossa moda, melhor fazê-lo, claro.
Então, filha, que seja nosso lema. Melhor imperfeito, porém verdadeiro, palpável, real, do que perfeito e imaginário. Melhor aproveitar o momento. Melhor agir ao invés de sonhar. Melhor fazer do que passar a vida esperando o dia certo, a hora exata, o momento adequado, o quem sabe, o talvez.
E no imperfeito surge o perfeito. Eis a segunda lição do dia.
Porque perfeito foi o encontro de primas e irmãos e cunhados e cunhadas. Perfeito foi o dia ensolarado. Perfeito foi ver as meninas brincando e sorrindo. Perfeito foi pular corda como se eu fosse criança. Perfeito foi ver você sorrindo. Perfeito foi nossa família de mãos dadas no parque, eu, você e papai. Perfeito é ter irmãos, cunhadas e sobrinhas tão queridos, tão amados, que fazem de um simples piquenique um dia mais do que especial.
E nem teve formiga.
Perfeito né?

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

O mundo não tem protetor de tomada.

Ainda sobre o caso da queda da escada.
Por que Mariana caiu da escada?
Porque quero que ela aprenda a subir e a descer sozinha. E isso ela já faz há bastante tempo, sobe e desce as escadas sozinha, longe de mim. E até então não tinha caído. Riscos de ensinar e não só proteger. Um acidente que poderia ter sido grave, eu sei. Mas não dá para evitar tudo, não dá para adivinhar tudo, é da vida, das coisas que tinham que ser para nos ensinar outras, do ramo do imponderável, do imprevisível. Enfim, caiu. Triste, mas já passou.
Tivemos portãozinho no topo da escada até quando ela pôde entender minimamente que descer e subir as escadas requer cuidado. Ela compreendeu e o portão, único item de segurança que adquirimos além da rede nas janelas, foi retirado. Ela tem que aprender, de novo, que escada é perigoso, porque a vida tá cheia de escadas e eu não posso colocar portãozinho em tudo o que vir pela frente. Infelizmente não posso. E se pudesse? Faria? Não sei, mas acho que não.
Minha casa nunca teve trava de gaveta. O cuidado que tivemos foi só retirar objetos cortantes e remédios do alcance dela. O resto fica lá. Mariana desde sempre soube abrir e fechar gavetas. Nunca prendeu o dedo. Talvez prenda. Mas só assim vai aprender. E, de novo, eu estou sempre por perto. Melhor vigiar e ensinar, novamente. Não pode ter preguiça. Seria imensamente mais fácil lacrar gavetas.
Minha casa não tem protetor de quinas. Mariana sabe que quinas machucam, e até já se machucou em algumas. Mas terá que aprender a se defender de quinas, e batentes de porta e coisas que não deveriam estar onde estavam. Tem que andar atenta, tomar cuidado, prestar atenção. A nós, cabe ensinar. Proteger não é ensinar.
Por fim minha casa não tem protetor de tomada. Por duas razões principais. A primeira, porque o mundo não tem protetor de tomada. Melhor ensinar que tomada dá choque, do que proteger a sua casa. Porque, de novo o raciocínio, não dá para colocar protetor de tomada no Universo. Segundo porque prefiro ficar de olho na minha filha. É mais trabalhoso ficar vigiando do que tornar sua casa um ambiente seguro. Opto por vigiar e ensinar. Assim crio uma pessoa independente. Proteger a tomada e ir folhear revista é mais cômodo, mas muito menos recomendável, ao meu ver. Maternidade ativa para mim é isso, mais do que tudo.
Estou tentando seguir assim. Mostrar o mundo. Mostrar as tomadas. Ensinar que às vezes ela vai levar choques, e aqui falo metaforicamente. É um risco que estamos correndo. Mas é o jeito que entendo certo de criar um ser humano, um cidadão, uma pessoa responsável. Bom pai, boa mãe, para mim, são aqueles que ensinam, repetem à exaustão, veem o erro e ensinam novamente, deixam cair e ajudam a levantar, mostram o risco e ficam por perto, advertem dos perigos e na adversidade consolam, mostram o caminho certo, mas estão de braços abertos se o caminho tomado for o errado.
Que estejamos certos nas escolhas que estamos fazendo.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Eu me desenvolvo e evoluo com meu filho

O filho, na verdade, é um conserto para a pessoa. Desde que se descobre grávida, a pessoa dá um upgrade no saudável way of life. Se fumava, para de fumar. Se bebia, troca vários chopps semanais por uma tacinha de vinho eventual ou nem isso. Diminui o café. Corta o refrigerante. Passa a usar filtro solar e hidratante, olha só para que serve isso afinal. De cara vira um ser desintoxicado. Aí o bebê nasce e seus hábitos só continuam a melhorar. Nada de torrar no sol. Agora bronzeado é até às 10 ou depois das 4, junto com a cria. E o refrigerante, então, sumiu da sua casa, porque a gente ensina é dando exemplo. E as frutas e legumes do bebê ficam lá dando sopa, e você acaba comendo mais frutas e vegetais em poucos meses do que comeu em décadas de vida. Arrisca até almoçar papinha de nenê, orgânica, pouco sal, saudável, já que tá lá pronta, e jogar comida fora não é legal. Também não volta a beber, porque alguém tem que ficar sóbrio para cuidar do bebê. E depois você dorme cedo, porque embalos de sábado à noite são, no máximo, embalar o próprio bebê. E a sua programação fica mais cultural porque, de novo, você cria dando exemplo. E ninguém mais fala palavrão, nem faz nada de muito errado. Exemplo, exemplo. E o casal, enfim, começa a poupar, porque o filho terá que cursar a faculdade, e vai que inventa de ser dentista igual ao pai, eita curso caro meudeus. E você tenta ser mais sustentável e ecológico, porque o mundo tem que durar para seu filho viver nele. Recicla o lixo, economiza água, preocupa-se com a poluição. E quando você pensa que nada mais pode melhorar, seu filho começa a entender suas falas com seu marido – inclusive as meias palavras – e vocês optam por falar inglês quando o assunto não é para ser entendido. Então o filho começa a se interessar pela língua, e quer aprender as cores, e os números e algumas outras coisas que, em pouco tempo, darão a ele total compreensão das falas proibidas. Então você pensa em aprender alemão, só para usá-lo como segunda língua na sua casa. E aí você tem certeza que ter um filho foi o melhor negócio da sua vida.