segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Semana Mundial do Aleitamento Materno



Mariana,




o que eu tenho para te contar sobre amamentação?


Você mamou bem por quase quatro meses. Deixou, por conta própria, assim que foi apresentada ao mundo da mamadeira, quando voltei a trabalhar. Tive culpa por não te amamentar mais. O peito não rachou tanto quanto eu imaginava que iria rachar. E também não doeu tanto quanto as pessoas falavam que doeria. A pomada Lansinoh ajudou bastante. As conchas de amamentação também. Você mamava quanto queria e, talvez por isso, tive bastante leite. Mas houve noites em que você mamou, mamou, mamou, até o leite acabar e hoje penso que nessas noites você sentiu fome. Hoje me sinto culpada por isso também. Quando comprei a primeira lata de NAN, também senti bastante culpa. Parecia que estava te comprando crack. Concluo que amamentação e culpa parece que são duas coisas que andam juntas. Não acho que tem que ser assim; e se posso te ensinar alguma coisa desde agora, devo dizer que amamentar não determina o amor que se sente pelo bebê. Claro que devemos nos empenhar, claro que o leite materno é importantíssimo. Em um mundo de tanta informação, todo mundo sabe da importância e das vantagens de amamentar. Mesmo assim, a patrulha do aleitamento é, na minha opinião, insuportável. Informação é legal, patrulhamento sucks. As xiitas do aleitamento materno que me perdoem, mas essa discussão mais tortura as mães do que auxilia. Eu, felizmente, não tive problemas para amamentar. Nem por isso concordo com a vinculação amor/aleitamento.Do mesmo modo, acredito que parto normal, cesárea, cócoras ou domiciliar são apenas meios para atingir o fim maior, que é ter o filho. Mas essa já é uma outra conversa...
Assim minha filha, entenda que meu amor por você não está relacionado com a maneira como amamentei, nem por quanto tempo, nem com a forma que você saiu de mim.
É assim que eu penso. Pronto, falei.
Estamos conversadas?

4 comentários:

  1. Concordo que as campanhas, do jeito que são gfeutas, mais torturam que ajudam.
    Quando passei por dificuldades,eu pensava que era só comigo, pois nunca tinha ouvido falar que poderia dar errado - e é claro, fiquei muito culpada.
    Ótimo texto!
    Beijos

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  2. Oi, Patrícia. Adorei seu depoimento. Já sou uma pessoa super propensa a sentir culpa; quando for mãe, então, imagino que esse fantasma vá me perseguir com muito mais força. Mas concordo 100% com você: se a gente tem certeza do nosso amor pelo nosso bebê e faz tudo o que pode para dar o melhor a ele, um tribunal justo nos absolveria. E errar faz parte da vida, desde que a gente erre querendo acertar, e não por negligência. Beijos para você e para a Mari.

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  3. Patricia, concordo plenamente, uma coisa eh apoiar outra eh criticar, o importante eh auxilio nao disseminar culpa coletiva! :D

    Eu nao vou poder postar muito agora, to com comida no fogo, depois volto!

    beijocas

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  4. Dannah, Paloma e Lia,

    obrigada pelos comentários! Penso que no momento do parto, junto com o bebê, nasce a culpa materna. Mas quanto mais lutarmos para nos livrarmos dela, tanto melhor!
    bjssssssss

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