quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Reportagem da Folha. O que vocês acham?

Li agora, não refleti o bastante para formar meu convencimento. Acho que é mais uma dessas matérias estilo tempestade em copo d'água. Particularmente não penso em manter o blog quando Mariana for mais velha, mas sei lá, assunto para o futuro. Só não concordei, de cara com a frase final "a mãe não só ensina que é bom se expor, como impede que essa criança saiba guardar aquilo que é intimo. E quem não se respeita possivelmente não respeita a intimidade dos outros". Com todo respeito à jornalista e à especialista autora da frase, mas achei uma bobagem sem tamanho. Coisa dos tempos atuais, todo mundo achando tudo, todo mundo teorizando até sobre a pulga que passeia tranquila no rabo do cachorro.
E vocês, o que acham?


05/12/2010 - 10h20
Mães colocam crianças em "Baby Brother" na internet; especialistas criticam
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LUISA ALCANTARA E SILVA
DE SÃO PAULO

Meu primeiro maiô. Dois meses. Três meses. Minha primeira boneca. Tentando bater palma. Minha primeira praia. Primeira Páscoa.

É publicando textos com esses assuntos em um blog que a técnica em telecomunicação Viviane Trupel, 29, quer guardar momentos da infância de sua filha.

Assim como ela, muitas outras mães, e pais, fazem o mesmo: divulgam na internet, com textos, fotos e vídeos, informações íntimas de seus filhos recém-nascidos.

Se, por um lado, deve ser bom ter registrados momentos que normalmente não lembramos, por outro, gera uma superexposição, criticada por especialistas.

Além da segurança, eles falam da questão psicológica, já que depois a criança pode achar ruim a divulgação de sua vida na internet.

"Qualquer evento do desenvolvimento da criança, sempre que colocado em ambiente público, como a internet, dá margem a que outras pessoas tenham acesso", afirma Aderson Costa, professor do Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento da UnB.

Costa cita "situações de gozação" e associadas ao bullying. "A rotina da criança não deve ser disponibilizada em ambiente público em hipótese alguma", diz.

Mas, como no caso de Viviane, os pais só pensam em registrar todos os momentos. "Minha ideia era fazer um álbum do bebê para mostrar para a família", diz a mãe.

Ela conta que, como a página é pouco visitada, não se preocupou em invadir a privacidade da filha, hoje com um ano e cinco meses.

COMO UM DIÁRIO

A mãe Giovana Reobol, 35, afastada do trabalho por motivo de saúde, pensa no blog de seu filho como um diário. "Acho que tem mais ponto positivo que negativo", diz ela, que já teve cerca de 200 mil acessos desde o início da página, há cerca de três anos, quando engravidou.

Ricardo Nogueira/Folhapress

Giovana Reobolo com o filho Lucca, 2, em seu apartamento em Santos, litoral sul de SP.
Luciana Rufo, do Departamento de Psicologia da USP, questiona a prática. "Por que essa mãe alimenta essa necessidade? Se a ideia é fazer um diário, ele não tem que ser público. Antigamente diário tinha até chave."

"A criança vai crescer possivelmente achando que é bom expor a própria intimidade, porque ela dá valor ao que os pais valorizam", afirma Luciene Paulino Tognetta, pedagoga e pesquisadora do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Moral da Unicamp e da Unesp.

E não é só isso. Segundo ela, "a mãe não só ensina que é bom se expor, como impede que essa criança saiba guardar aquilo que é intimo. E quem não se respeita possivelmente não respeita a intimidade dos outros".

19 comentários:

  1. Eu concordo em parte. È realmente muita exposição da intimidade deles (quem garante que eles vão gostar?). Mas também "nunca antes na história desse país" as crianças tiveram registros tão ricos do seu crescimento e da sua infância. Eu pessoalmente não tenho quase nada registrado sobre minha infância e algumas poucas fotos (dos zero aos cinco anos só tenho um álbum de fotos). Coisas de épocas diferentes.

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  2. Acho que nós temos que dosar a exposição. Não acho ruim expor o primeiro banho de mar, mas o bom senso diz que não é legal colocarmos nosso endereço, o nome da escola, lugares que frequentamos diariamente e coisas assim, porque o que era um blog só para família e amigos (meu caso e de muita gente que eu conheço) rapidamente pode se tornar bastante visitado. Mas o mais legal de ter um blog, para mim, tem sido refletir sobre a maternidade a partir dos acontecimentos e das descobertas das minhas filhas.
    É incrível como eu mudei desde que me tornei mãe. E, lendo vcs, eu reflito e isso tudo faz parte do meu processo como mãe. Não dá para ser mãe no piloto automático, tem que se pensar no que faz sempre. E o blog ajuda a sistematizar estas reflexões. Acho muito válido.
    Beijos

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  3. puts paty,
    acontece que essa matéria foi maldosa. parece que quis colocar um rótulo nas mães blogueiras.
    acredito que cada blog tenha seu objetivo. e expsição pode ser um deles, pq não? cada um com seu cada um.
    o meu é falar sobre a maternidade, com graça, e dar as dicas de viagem.
    não exponho a rotina da minha casa enm a minha familia.
    e acredito que isso não vá causar nem trasntorno ou desvio na personalidade do meu filho.
    bjocas

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  4. Também achei a matéria maldosa. Mas o pior de tudo é que a mãe (Giovana) abriu a sua casa para dar uma entrevista sobre um blog materno, deixou-se fotografar e tudo, achando que seria mais uma matéria bacana sobre esse tipo de blog. Ela não pensou que estaria ali ilustrando uma reportagem que iria criticá-la como a todas as mães blogueiras. E, com razão, ficou magoadíssima. E acho isso muito sério. Você pode ver no blog dela: http://gielucca.blogspot.com/.
    Beijos.

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Concordo que a matéria foi uma pouco bombástica demais !!!
    A intenção de toda mão blogueira é realmente guardar momentos que provavelmente esqueceriamos caso não fossem registrados !!!
    O blog é o diário da vida moderna...
    bj

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  7. Olha, eu simplismente acho que a materia generalizou , e acho que cada mae sabe ate onde pode ir .

    O engração é que li no blog de uma amiga que a Giovana mae do Lucca recebeu o convite dessa entrevista na ideia de falar como é um blog e quando a materia saiu deu nisso , acho que isso sim é um superexposição .

    só lamento por essa jornalista .

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  8. Acrescento uma coisa: eu amei escrever meu blog. Vira e mexe tenho vontade de voltar. Mas eu sou uma pessoa complicada, e meus questionamentos me perturbavam tanto que o melhor pra mim foi parar. Isso foi pra mim. Mas eu sou um dinossauro! não tenho muita paixão pela internet... eu estou fora do meu tempo, tenho consciência disso. Meus amigos me imploram pra entrar no facebook, mas nem que me paguem. Prefiro não ser mais chamada para as festas se pra isso eu tiver que ter perfil no facebook! Acho o cúmulo!!! mas quanto a vocês, mulheres arrojadas, que escrevem lindo, sem expor os filhos, que bom, que bom que escrevem!

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  9. well, ainda ontem estavamos num cafe eu e 2 amigas blogueiras que conheci na internet. Uma delas mora fora e avisou quando estava no Brasil para que pudessemos no encontrar. Ou seja, é uma troca mundial de experiencias. E amizades verdadeiras tb surgem.
    A Mari Rocha escreve: "Mas, então, escrevemos para saciar um desejo pessoal de comunicação? E a vida de nossos filhos vai a lume pra saciar uma necessidade nossa de trocar experiências? "
    sabe que fico a pensar que sim no meu caso. que é um desejo de comunicação com outras mães que faz com que eu escreva, um desejo de me expressar, de trocar, e que existe desta forma no mundo de hoje.
    Nunca parei para pensar se o meu filho iria ou não gostar. Tento não colocar detalhes intimos que possam afetar nossa segurança. Mas muitas vezes damos detalhes muito mais intimos, que são nossas opiniões e pensamentos.
    parece que é mais facil contar as coisas no blog, pq na vida real ninguem conversa com tanta profundidade sobre seus filhos, todomundo quer aparentar uma familia perfeita e sem problemas.
    entao esta troca é importante, pelo menos para mim.
    Bem, fui escrevendo conforme ia pensando, vou lincar esta discussão lá no blog.
    beijos
    mariana

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  10. Achei, como muitas mães ai em cima, uma maldade sem tamanho. Comecei com o meu blog para amigos e familiares, mas não privatizei, afinal, achei que ninguém o leria para falar a verdade.
    E hoje estou felicíssima, pois recebo conselhos e dou conselhos às mães. O blog me fez crescer e me ajudou a não desenvolver uma DPP. Ajuda até hoje nos momentos que estou triste ou desiludida.
    Sem falar que com vocês podemos babar a vontade, e falar só dos nossos filhos, coisa que mesmo com o namorado/pai, cansa, já que ainda somos um casal.

    Enfim, sacanagem foi expor essas mães, e criticá-las. Eles falam de exposição o tempo todo e ainda assim não respeitaram a exposição de criticarem-nas assim!

    Pelo menos aqui no blog nós mesmas falamos da nossa vida, e cabe a nós saber o que devemos falar ou não.

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  11. Acho que a matéria foi muito maldosa também, sem falar na falta de profissionalismo das jornalistas envolvidas, que foram até a cada da Gi com uma proposta totalmente diferente da que foi veiculada. Muita baixaria né?
    Agora sobre manter um blog é um assunto muito pessoal, cada um dosa as informações, reflete sobre o que quer expôr ou não.
    A matéria acima é mais uma daquelas que nunca deveriam ter sido publicadas.
    Bjs

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  12. Acho que se for pra dar opinião pessoal a moça tem que escrever em blog, não em jornal!
    Achei a matéria superficial e preconceituosa. Claro que temos que tomar cuidado com qualquer coisa pública, mas daí a chamar de baby brother, pegou pesado...

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  13. A matéria realmente é uma bobagem, além de ser superficial e tendenciosa. Claramente dá para perceber que essa é a opinião pessoal da jornalista, não embasada em fatos.
    Como disse a Paloma, as informações postadas devem ser dosadas, sem colocar dados pessoais ou algo que realmente possa expor demais a criança. Com certeza a maior parte das mães pensa como a Giovana: escrevemos como um diário, para lembrarmos as datas e situações mais bacanas ocorridas com nossos filhos, suas fofurices e descobertas.
    Outro ponto é que podemos compartilhar experiências com outras mães, dividir dúvidas nas principais questões da maternidade. E não acho que isso seja uma "necessidade de saciar um desejo pessoal", mas apenas uma troca de experiências, sem maiores questionamentos. No meu caso, a maioria das minhas amigas ainda não tem filhos ou mora em outras cidades. E a vida moderna infelizmente não nos permite compartilhar tais experiências ao vivo todos os dias.
    Por isso, acredito que os blogs e as experiências compartilhadas nos proporcionam novas ideias para ajudar no dia a dia com nossos filhos. De mãe para mãe.
    beijos

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  14. Resumindo bem resumidamente...rs. Ninguém deve expor sua vida ao máximo, mas contar fofices e partilhar problemas faz bem! Beijo.

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  15. Oi Patricia,
    excluí meu primeiro comentário... eu expus questionamentos pessoais que não quero que sejam interpretados como críticas às blogueiras, tal como fez a reportagem do jornal. inclusive, sequer tenho respostas certas para minhas questões. eu mesma fui uma mãe blogueira feliz, postei fotos da minha filha e escrevi sobre fofurices. o que não me impediu de me questionar, sempre, se devia ou não fazê-lo. infelizmente, ou não, eu não sou uma pessoa que consegue se desvencilhar facilmente dos questionamentos... um beijo de quem sempre estará por aqui te lendo.

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  16. Mari (Rocha),

    Fiquei feliz de ver os seus comentários! Achei que nem estava mais frequentando a blogolândia, dada a sua aposentadoria precoce..rs. Comente, apague, comente novamente, faça como entender. Só não pare de opinar. Já que não podemos mais ter os seus lindos textos, vamos nos contentando com os comentários!

    beijocas saudosas!

    A todas as outras que comentaram até agora, muito obrigada. Já refleti bastante. Talvez renda outro post. Ou não...Preguiça de polêmica, sacam?

    beijossssssss

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  17. Oi Patrícia, acabei de achar seu bloguinho e tive que comentar sobre essa matéria.
    Quanta tempestade num copo d'agua!!
    Sinceramente, EU iria adorar que minha mãe tivesse um blog que registrasse a minha infância. Deve ser muito legal poder voltar e ver os seus tempos de bebês.

    E quanto a "situação de gozação e bullying", nós estamos falando de bebês!!! Eles lá têm alguma idéia do que é um blog? E bullying por parte de quem? Dos outros bebês do berçário?

    Cada mãe que decida o quanto elas vão expor seus filhos!!

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  18. Pat, eu poderia citar milhares de excessos cometidos por jornalistas, em grandes veículos de comunicação, incluindo a Folha. Mas, com um agravante: matérias com informações equivocadas, mal apuradas ou opiniões inconsequentes expondo pessoas que jamais terão como se defender atingindo o mesmo número de leitores, em suas publicações. Ou seja, se for pra medir exposição, temos que levar em conta muito mais coisa e tudo na vida tem dois lados né? Há quem tenha bom senso e há quem não tenha um pingo de "desconfiômetro". O ser humano tem mania de complicar as coisas e ver problema onde não existe! Que saco! Deu preguiça...

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  19. Desde que criei o blog me preocupo bastante com o nível de exposição a que vou me submeter escrevendo aquele post. Foi opção minha não colocar o nome do pequeno nem expor fotos dele porque não me sinto confortável e tenho receio que ele também não se sinta confortável no futuro. Mas não condeno ninguém que ponha fotos, porque cada um sabe o nível de exposição que é mais adequado à sua vida e à de sua família.
    Para mim o blog serve de aprendizado constante, pois me faz refletir sobre a maternidade e, consequentemente, me ajuda a ser uma mãe melhor, sem dúvida alguma.
    Já pensei em parar de escrever uma porção de vezes porque quanto mais ele cresce, menos as histórias ficam impessoais - aquelas histórias de bebê que, no fundo, são todas iguais, passam a ter detalhes só nossos, e aí tenho medo de invadir demais a privacidade dele. Mas, por enquanto, o que eu faço é não escrever histórias sobre ele que considero exposição demais de minha família.
    Tenho certeza que, em breve, o meu blog vai acabar, porque o objetivo principal de trocar informações com as mães e fazer uma homenagem ao pequeno vai se espremendo diante das histórias repletas de dados bem pessoais que não quero pôr para todos lerem.
    Acredito que a exposição que você tem na internet é a mesma que vc permite em sua vida real. Se vc conta algo para sua melhor amiga e só, vc é reservada e certamente o será na internet (no caso, é claro, de vc não ter dupla personalidade). Agora, se vc é daquelas que contam tudo e qualquer coisa até para a porteira do prédio, certamente o será tb no blog. Daí que a internet só torna sua audiência maior, mas o que determina se a intimidade de sua família está ou não exposta não é a internet, mas VOCÊ!

    Para resumir: independente de ser na internet ou não, em se tratando da intimidade de sua família, há que se preservar determinadas coisas, ainda que seja numa conversa real, frente a frente, e isso não é diferente na internet. Agora o cúmulo é achar que, para que não haja exposição, seja necessário não haver comunicação entre as pessoas!

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