sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Too many cooks



Too many cooks spoil the broth. Muitos cozinheiros entornam o caldo. Muita gente se metendo nunca dá muito certo.
Brasileiro é palpiteiro de nascença. País repleto de especialistas em todas as áreas.Todo mundo sabe um jeito melhor de fazer tudo. Todo mundo sabe fazer o melhor churrasco, todo mundo sabe escalar melhor a seleção brasileira, todo mundo entende de Fórmula 1, política, economia e física quântica.
E no mundo da maternidade não poderia ser diferente. Basta ser mãe para se ver rodeada de palpiteiros. Too many cooks forever.
Começa assim que o bebê nasce. “- Dá o peito de três em três horas.”. “- Não, melhor quando o bebê quiser.”. “ - Põe pra arrotar assim.”. “-Não, melhor assado.” E assim vamos. Todo mundo sabe trocar a fralda melhor que você. Todo mundo sabe te dizer a hora exata em que seu filho sente fome. E sede. E sono. E tudo. Ser mãe é saber ouvir palpites. E o grande lance, é não se irritar com eles. Se a moçoila da fila da padaria te sugere uma forma milagrosa de fazer seu filho parar de chorar, sorria, ignore e faça do seu jeito.


Mariana, agora o contraponto. Não sou uma pessoa receptiva a gente palpiteira. Não tenho muita paciência pra ouvir as fórmulas milagrosas que cada um possui para isso ou para aquilo. E já na gravidez me armei toda, me preparando para os palpites dos avós, que seriam, claro, os mais frequentes,  por estarem mais próximos de nós. Me irritava só de pensar nos meus pais e nos meus sogros me dizendo como cuidar da Mariana. Tinha longos diálogos imaginários me defendendo da palpitaria geral da nação. Já tinha discursos prontos na cabeça, defendendo o MEU jeito de fazer, o MEU jeito de pensar. (tá, meio maluca, mas dê o desconto dos hormônios gravídicos, vai?)
E aí você nasceu. E reconheço tanto amor vindo dos avós, dos tios e das pessoas mais próximas, que não consigo me irritar. Juro. Ao contrário, até gosto quando vem um palpite. Pode estar 40º, se um deles me fala para te agasalhar, considero a hipótese sem titubear. Se me falam para fazer algo assim ou assado, ouço com atenção, aproveitando e absorvendo cada ensinamento. E por quê? Porque sei que te amam. Sei que te querem bem. E isso me basta. E penso que deve bastar para você também.
Filha, palpiteiros são os outros. Os que te amam, só querem ajudar.

ps1: saber diferenciar palpite, de ajuda legítima é tarefa difícil. A maturidade e o instinto são bons guias nessas horas.
ps2: tem hora que é só palpite MESMO. E, nesse, caso, mande plantar batata sem dó! Too many cooks!
ps3. Matheus, este post é para você.





8 comentários:

  1. Tenho pouquíssima paciência também, mas, como vc disse, tudo depende de quem deu o palpite. E ser mãe é saber filtrar, ahahaha!
    Na maioria das vezes que vem de desconhecidos ou pouco conhecidos, eu nem ouço (finjo que ouço, mas estou fazendo outra coisa), só sorrio e agradeço.
    Beijos

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  2. Pois é, sabe que comigo tá meio parecido? Mas me armei antes de engravidar, e agora que o barrigão está evidente nem ligo... aliás, alguém já deu algum palpite? Nem percebi.

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  3. Os palpites começam já na gravidez. Como você, também me armei toda. E talvez por uma questão de auto estima, toda vez que eu recebia um palpite entendia como crítica. Achava que se estavam me passando uma fórmula melhor de fazer qualquer coisa, era porque o jeito que eu fazia não era bom o suficiente. Custei muito até entender essa diferença entre palpite e ajuda. Hoje também escuto tudo o que minha mãe, minha vó e sogra falam. O resto...entra por aqui e sai por ali. =)

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  4. Já encrenquei, já relevei, já chorei...depende do dia e do meu estado de espírito, Patricia. Nem sempre consigo ter a maturidade de filtrar e deixar entrar por um lado e sair pelo outro. Sei lá, as vezes a gente acorda mais barraqueira e sobra logo pro palpiteiro, né não?
    E vc sabe o que é pior?? Eu mesma me pego fazendo exatamente aquilo que eu tanto odiava: é ver uma mãe novinha com um recem nascido que eu logo vou lá "eles não sentem esse frio todo, não, viu?" Hhahaha, é mole???
    Beijo!!
    Ro

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  5. Acho que todas nós nos armamos, né? Mas acabamos aprendendo a lidar com isso e percebemos que tb somos palpiteiras. Ou não é isso que fazemos visitando o blog uma das outras? rsrs
    Bjaum =*

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  6. oh, god!
    será que saberei lidar com isso?
    será que serei wise enough pra distinguir os cozinheiros dos ajudadores?

    assim espero. ehhehehe!
    pq palpites me dão nos ner-vos!

    beijos.

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  7. A todas,

    acho que a Roberta resumiu tudo, tem dia que a gente releva, tem dia que a gente chora. E, pior, tem dia que é a gente que palpita.
    E quem disse que mãe tem que ser coerente, oras?

    bjsssssssss

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  8. Excelente post!

    Quando grávida também me imaginava rebatendo palpites e depois que o Pindú nasceu eles não me incomodavam tanto assim. Bom, isso depende do palpite, do palpiteiro e do dia da mamãe.
    Às vezes ainda me irrito com alguns, mas, como já disse a Paloma, ser mãe é saber filtrar.

    beijo

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