quinta-feira, 30 de julho de 2009

Sonho de consumo


Filha,

Acordo às seis. Tomo banho, seco o cabelo, coloco a roupa. Te acordo. Você toma o seu leite. Troco a sua fralda. Te agasalho melhor para te levar para a avó do dia. Arrumo a sua bolsa. Te levo para a casa da vovó. Vou para o escritório. Uma hora de trânsito é a média. No carro tomo café da manhã e faço a maquiagem.Trabalho até o final do dia. Prazos, audiências, reuniões, o dia passa voando. Saio do escritório perto de sete. Outra hora de trânsito. Aproveito para ligar para alguém. Às segundas faço aula de dança, chego ainda mais tarde.Chego na vovó. Você pede meu colo. Saudades de um dia tão longo. Com frequência jantamos na casa dos avós. Você, claro, no meu colo. Saudades. Saudades. Vamos para a casa. Você quer brincar um pouco. Se me afasto, você chora. Brincamos enquanto ajeito uma coisa ou outra. Você toma seu leite. Frequentemente resiste um pouco para dormir. Dorme por volta de onze. Eu, exausta, durmo logo atrás. Às três e meia você desperta para uma outra mamadeira. E aí, só faltam duas horas e meia para começar tudo novamente...

Tudo o que eu queria era um dia de 48 horas.

2 comentários:

  1. Eu lancei uma campanha assim: por dias mais longos e meses mais curtos. É dura a nossa rotina de mãe-esposa-profissional-dona-de-casa, né? Eu consegui flexibilizar meus horários de trabalho para buscá-la cedo na escola (onde ela fica em tempo integral), mas, como vou mudar de emprego, não sei como será.

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  2. É Paloma...vida de mãe multiuso não é mole não...Quem sabe em Brasília a vida não é mais tranquila, não é mesmo? bjss

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