domingo, 30 de janeiro de 2011

Que bom ir, que bom voltar.

Lendo o post anterior me deu até dó de mim mesma. Tão cansada, tão irritada, reclamando até da escolha do protetor solar. Mas nada como dias na praia, dias imensamente ensolarados e felizes para trazer o ânimo de volta. Tivemos férias especiais. De puro ócio. Tudo o que fora planejado, aquário, museu, viagem à cidade vizinha foi substituído por momentos de dolce far niente. Sem horário, nem regra, nem obrigação. Mariana se garantiu no protetor solar e aguentou dias inteiros de mar e piscina. Comeu pastel na praia e nem pegou virose. Não usei nenhum dos mil remedinhos que levei. Nada. Coisa inacreditável mesmo. Nada deu errado. Em duas semanas só choveu três vezes, e nas três já era de noite e estávamos abrigados dentro de restaurante. Sem planejar encontramos amigos queridos, que renderam ainda mais diversão. Nos trajetos mais longos de estrada Mariana dormiu. Aliás, Mariana foi uma santa nessas férias. Não fez birra, não chorou, não fez manha. Foi uma menina anjo por duas semanas. E eu, que pensava que ia querer voltar correndo para o trabalho, de tanta trabalheira que ia ter, qual nada, não me cansei nadica de nada. Ao contrário, descansei muito mais do que imaginei, talvez porque tenhamos decidido por férias de fazer nada, cancelamos grandes programações e vivemos cada dia preguiçosamente, sem compromisso, sem horário, só fazendo o que desse vontade. Nem mesmo tiramos fotos, exceção para uma ou duas, porque foto requer pose, e nessas férias não teve pose. A cereja do bolo está sendo o desfraldamento voluntário da pequena, que a cada dia se mostra mais disposta a largar as fraldas. Eu só tenho assistido, como coadjuvante. Levo ao penico quando ela pede, levo à privada quando ela quer, e coloco fralda quando ela decide. Penso que ela está a um passo de decidir definitivamente desfraldar. Mas não vou pressionar, deixo que ela tenha o seu tempo, o seu desenvolvimento. Vamos ver no que dá. Voltar para casa também foi bom. Nossa cama, nosso chuveiro, essas pequenezas tão deliciosas da vida cotidiana. Mariana desde ontem está matando a saudade dos avós, dos cachorros, dos brinquedos e de tudo que a rodeia. Amanhã as aulas recomeçam, com direito a mala e lancheira nova, porque as antigas, escolhidas por mim na melhor categoria 'mãe de primeira viagem', eram tão pequenas e desajeitadas que tiveram que ser aposentadas. As calças do uniforme já tiveram suas barras baixadas, mostrando como a pequena cresceu no último semestre. Por fim vale dizer que tivemos férias tão perfeitas, mas tão perfeitas, que só começo a trabalhar na terça e ainda com previsão de frente fria. Então é isso, tudo certo, tudo lindo, tudo pronto pra recomeçar.
Que venha o Carnaval!

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O mundo anda tão complicado.

Mariana,

As minhas férias na praia eram no José Menino, bairro de Santos onde minha vó tinha apartamento. Praia o dia todo, porque ninguém falava em raios UVA, UVB, horário certo de tomar sol. Até onde me lembro, nem tinha esse negócio de filtro solar. Tinha um bronzeador paraguaio ou argentino ou sei lá o que que se chamava Rayto de Sol ou algo assim. Nas queimaduras de sol, hipoglós. E na praia valia comer pastel de carne e milho cozido. A bebida oficial era um mate gelado transportado numa espécie de contêiner de metal. E, claro, raspadinha. Ninguém nem sabia o que era salmonela. Nem tinha dengue. E arrisco dizer que o termo virose não havia sido inventado. Depois da praia a diversão era com as crianças mesmo, a gente brincava de pega-pega, esconde-esconde, ou ficava lá no prédio, fazendo nada, rindo de bobagens e juntando uns trocados para comprar chiclete na vendinha do lado. Simples assim.

Hoje, vésperas das nossas férias na praia, já estou fazendo a lista de protetores solares fator de proteção 60, repelente para evitar dengue, já sei que sol é só até 10 e só depois das 16. Na praia tudo é muito contaminado. Jamais te daria um pastel de carne, nem no meu pior pesadelo. Milho boiando naquela água morna, cultura de bactérias, deus que me livre. Raspadinha nem existe mais. Mate? Só dentro da latinha, e agora chama ice tea. Tudo assim, com ordem, com regra, com selo da ANVISA. E ainda tem o medo da virose, coisa comum do verão. Depois a mãe ainda organiza tudo, procura no google os passeios que vai fazer com o filho. Leva no aquário, leva no museu, estimula, ensina, vira a responsável pela diversão da criança. Muito complicado.

De igual, só o mar, que desde que conheço já era impróprio para banho em todo o litoral paulista.

Ai filha, nem sei te explicar direito o que isso significa. Mas te garanto que você nasceu num mundo bem mais chato do que o meu. Mais quente. Mais poluído. Com menos água limpa. Com uma camada de ozônio bem menor. E com tanta regra, tanto perigo e tanta coisa politicamente correta, que dá até preguiça.

Eu devia ter sido mãe nos anos 80.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Para começar o ano sorrindo.

Na seção de absorventes, segurando um pacote na mão:

- Olha mamãe, aqui nessa loja só tem fralda pequenininha!!!!!!!!!!




Um ótimo começo de ano para todo mundo!!